O título é o mesmo da coluna publicada em 17 de março, quando circulou o último caderno Viagem antes de nossa vida virar uma pandemia. Tratavam-se de quatro dicas sobre seis destinos no Rio Grande do Sul, num momento em que só havia dúvidas.
Não que agora tenhamos muitas certezas, mas viajar pelo Estado, isso sim, segue sendo uma boa ideia. Hoje, e na próxima terça-feira (17), vou revisitar (de modo virtual) aqueles seis destinos, três de cada vez. Conferi o funcionamento dos lugares citados que continuam, para mim, entre as melhores opções para se conhecer ou voltar.
Ah, e não esqueça de dar uma conferida em duas coisas:
1) No site vivaors.com.br, há pelo menos cem dicas em 10 regiões do RS, uma iniciativa do Sebrae lançada em setembro para apoiar o turismo.
2) Confira bandeiras de cada região e restrições antes de viajar e, claro, siga os protocolos.
Para um bate-volta: Nova Petrópolis
O que não falta nessa cidade da Serra a uns 90 quilômetros da Capital são lugares ao ar livre (o Ninho das Águias, o Parque Aldeia do Imigrante, o Morro Mallakoff...), mas eu renovo aqui a sugestão feita em março: o Esculturas Parque Pedras do Silêncio (todos os dias, das 9h30min às 18h), uma homenagem à imigração. Duas dicas para almoço, caso você vá e volte no mesmo dia (muita gente ainda não se sente segura para dormir fora de casa): o Unser Haus, no Centro, e o charmoso Armazém Wazlawick, na Linha Imperial — ambos abrem no sábado para almoço e jantar e no domingo apenas para almoço, além de feriados, com recomendação de reserva. E vá que tenha batido aquela fome de pizza antes de retornar: aí é caso de Forneria da Mata, uma das melhores pizzarias do RS (quarta a domingo, das 18h30min às 22h30min).
Entre as inúmeras opções de hospedagem, caso o bate-volta pareça pouco, reitero a indicação da Pousada Villa do Arquiteto, onde, além da máscara, o hóspede é convidado a levar um chinelinho para os ambientes internos, e o Hotel Jardins da Colina — aqui, seguindo os protocolos, as áreas de lazer funcionam com agendamento. O Jardim Mais Alto e Mirante Menino Jesus de Praga, na Linha Imperial, segue fechado, e o famoso Labirinto Verde reabriu na semana passada, só aos finais de semana e com controle sanitário para o acesso.
Para um final de semana: São Francisco de Paula
Também daria só para passar o dia, e são esses "visitantes flutuantes" que a Secretaria de Turismo tem identificado na cidade, conta a turismóloga Vanessa Spindler. Gente que busca a natureza ou a gastronomia local. Mas como São Francisco de Paula é um pouquinho mais longe, a 125 quilômetros de Porto Alegre, muitos também optam por ficar.
Junto ao Lago São Bernardo, o ponto mais marcante, pedalinhos e bicicletas podem ser alugados, mas nunca sem máscara, recomendada mesmo para caminhadas (agentes de saúde e guardas municipais orientam e evitam aglomerações). Como sempre, vale aquela passadinha básica para dar-se conta de que a Livraria Miragem segue sendo isso mesmo, uma miragem (de segunda a sexta, das 13h às 19h, sábado, 10h às 19h, e domingo, 12h às 19), e o Café Capitão Chaves, bem ao lado (de quinta a segunda, das 12h às 19h).
Se for para ficar, três dicas de hospedagens, todas instaladas em grandes áreas verdes: o tradicionalíssimo Parador Hampel (com destaque para seus 21 hectares, para o restaurante e o projeto A Ferro e Fogo do chef Marcos Livi, celebrando a gastronomia do fogo e os produtos locais), a Pousada do Engenho, que dispensa apresentações, e o Tedesco Park Hotel, a uns 25 quilômetros da cidade, agora recebendo apenas nas tendas glamping e com restrições no day use (confira pelos fones 54 99714-8080 e 99950-4521).
Se tiver mais tempo: São Miguel das Missões
Caso você more na Região Metropolitana, estará a pelo menos 475 quilômetros das Missões. Como não há mais feriadões à vista, é preciso pelo menos uns dias de folga, senão férias, para ir até o único Patrimônio Mundial do Estado, as Ruínas de São Miguel das Missões. Valerá cada palmo de estrada percorrido, mas, atenção: agende a visita antes (fones 55 3381-1299 e 3381-1294), de terça a domingo, das 9h às 10h45min e das 14h às 16h45min (às segundas, das 14h às 16h45min).
O acesso, por enquanto, não está sendo cobrado e um máximo de 300 pessoas por dia pode ingressar no sítio arqueológico _ a partir da abertura, a cada 15 minutos, é liberada a entrada de 15 visitantes. Nessa época, em geral, me conta o secretário de Turismo, Desenvolvimento e Cultura, Fabiano Moraes, chegavam a ser recebidas de 30 a 40 excursões por dia e houve até 1,3 mil pessoas acompanhando um único espetáculo Som e Luz. Que, aliás, voltou a ser apresentado para um público que não pode ultrapassar 180 espectadores (se houver um número maior, um novo show é oferecido). No interior do sítio, o Museu Lúcio Costa, com imagens de arte sacra dos séculos 17 e 18, segue fechado. Mas como a estrutura que imita construções missioneiras é envidraçada, é possível ver algumas das obras do lado de fora.
Vale lembrar que o uso de máscara é obrigatório, mesmo para as tradicionais fotos que o eternizarão diante da magnífica igreja erguida por padres jesuítas e índios guaranis. Os visitantes também são orientados a não levar chimarrão. Nada que torne a visita menos interessante.
P.S.: há duas pousadas e um hotel na cidade, o Tenondé, bem próximo das ruínas e muito agradável.