Na semana passada, comecei a revisitar, de forma virtual, seis destinos no Estado sugeridos quando circulou o último caderno Viagem pré-pandêmico, em 17 de março. Aqui vão os três últimos, considerando que o mais seguro, e possível, neste momento, é o chamado "turismo de proximidade". Um bom momento para (re)descobrir o RS. Não custa lembrar a necessidade de seguir os protocolos (máscara, distanciamento, limpeza das mãos) e agendar atrações, hotéis e restaurantes. Conferi o funcionamento dos lugares citados que continuam, para mim, entre as ótimas opções para se conhecer ou voltar.
Para um bate-volta: Garibaldi e Vale dos Vinhedos
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
Saindo cedo de casa, considerando a Capital como ponto de partida, dá para ir e voltar no mesmo dia a Garibaldi e ao Vale dos Vinhedos (que inclui Bento e Monte Belo), escolhendo as atrações a dedo, por que daria para ficar semanas. Quando fico, minha base costuma ser Garibaldi (adoro o Hotel Casacurta, que agora serve seu maravilhoso café da manhã nas mesas). Só passear por uma das poucas ruas sem fiação aparente do RS, a Buarque de Macedo, já é um alento. Nela fica o Jardim Gastronômico, a céu aberto, com café, pizza, hambúrguer, parrilla, vinho, espumante...
As atrações turísticas estão quase todas abertas, e mais de 30 estabelecimentos receberam desde julho o Selo Limpo e Seguro, dado pelas secretarias de Turismo e Saúde a quem segue rigorosamente os protocolos, com vistorias a cada 45 dias, explica a turismóloga Melina Marranquiel Casagrande.
Se a ideia for ir à zona rural, você pode pedalar entre vinhedos e matas nativas, pela Rota de Cicloturismo, autoguiada ou com condutor (há roteiros de 21,1 km, 35,9 km e 55,7 km). Ainda na zona rural, procure a Estrada do Sabor (saudade da Osteria della Colombina!) e a Via Orgânica, onde, respectivamente, a Família Vaccaro e a Orgânicos Mariani têm opção de piquenique, sob agendamento. Ah, e a Maria Fumaça, o trem turístico, terá de novo o passeio noturno Natal nos Trilhos, nos dias 28 de novembro e 5, 12 e 19 de dezembro.
Para um final de semana: Cambará do Sul
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Eles estão lá há 120 milhões de anos, mas os cânions da região dos Aparados da Serra ressurgiram agora como excelente opção de turismo de aventura/natureza/contemplação. A partir de Cambará do Sul, antigas e novas trilhas, além da visita aos cânions Itaimbezinho e Fortaleza, principalmente, são opções ao ar livre imperdíveis. Tanto, que a secretária de Turismo, Beatris Isoppo Trindade, contabiliza média de 1,7 mil turistas nos finais de semana (cerca de 90% da pré-pandemia).
Não sem cuidados: aos sábados, domingos e feriados, uma equipe da Saúde mede a temperatura dos visitantes na entrada da cidade e oferece informações. Não está sendo cobrado ingresso para os cânions, onde a dificuldade segue sendo a falta de acesso por asfalto (18 quilômetros para o Itaimbezinho e ainda 10 no Fortaleza, cuja estrada está sendo pavimentada). Há roteiros novos, como as caminhadas ecológicas criadas pelo turismo rural, e passeios em 4x4, quadriciclos, cavalos, botes. E cachoeiras, travessias, rapel...
Para hospedagem, são mais de 30 opções na zona urbana e pelo menos 14 na zona rural. Meus destaques vão para os charmosos Cambará Eco Hotel, Pousada Cafundó e Parador Cambará do Sul, que fez adaptações como instalar banheiros completos em todas as barracas. O churrasco campeiro é servido às quartas e sábados; aos domingos, há almoço com pratos típicos tropeiros. O restaurante é aberto a não hóspedes.
Se tiver mais tempo: Pelotas e Jaguarão
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Em março, minha sugestão para ir um pouco mais longe era Jaguarão. Não só pelo turismo de compras do lado uruguaio, em Rio Branco, mas pela arquitetura e atrações na própria cidade. Como a belíssima ponte sobre o rio que separa os dois países segue fechada indefinidamente, o número de visitantes caiu muito, observa Evanice Marques da Rocha, secretária de Cultura e Turismo.
Continuo sugerindo Jaguarão, mas agora, quem sabe, como uma extensão de uma visita a Pelotas. Há poucos meses, a cidade da Fronteira teve restaurados o Mercado Público (por enquanto abre à tarde, apenas com artesanato e produtos orgânicos, mas, em breve, receberá uma pizzaria pelotense) e a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo. O Theatro Esperança reabre em dezembro. Para o Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, um dos mais bonitos do Estado, é preciso agendar a visita (fone (53) 3261-1746 às quartas, das 8h às 12h e das 14h às 18h).
Em Pelotas, as Charqueadas (Santa Rita, São João e Boa Vista) estão abertas, mas os museus ainda não. O foco, diz Liliane Caldas, da Diretoria de Turismo Local, tem sido o turismo rural. Nas Praias do Laranjal, o Quiosque Casa da Praia funciona em parceria com o Sesc, e está sendo planejada a Estação Verão, com atividades recreativas, esportivas e culturais. A cidade reconhecida por seus doces oferece muito mais em gastronomia. Eu ressalto, sempre, o Chu (almoço e jantar de terça a domingo, das 19h30min às 23h30min) e o Bistrô Pelotense (segunda a sábado, das 11h30min às 14h e das 19h às 23h). Para hospedagem, a Charqueada Santa Rita é imbatível. Fora da cidade, mas próximo, tem 17 suítes decoradas com antiguidades, restaurante com menu campeiro e até campo de golfe.