
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Durante palestra sobre o cenário educacional no Rio Grande do Sul, a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, reforçou ser contrária à aprovação automática de alunos, e garantiu que esse mecanismo não é adotado no Estado. Raquel participou de reunião-almoço da Granpal na manhã desta segunda-feira (31).
A secretária defendeu a necessidade de criar mecanismos para garantir o conhecimento dos alunos e evitar a evasão escolar. Ela defendeu o modelo de aprendizagem contínua e de progressão parcial, com aulas intensivas e de reforço para alunos com notas insatisfatórias.
— Sou absolutamente contra aprovação automática, a reprovação existe no Rio Grande do Sul e é um instrumento importante. Temos que criar mecanismos pra garantir que o aluno seja aprovado com conhecimento — defendeu Raquel, sob aplausos de alguns representantes de municípios da Região Metropolitana.
A polêmica em torno do assunto começou em dezembro de 2024, quando uma portaria passou a prever o modelo de progressão parcial — em que alunos podem avançar de ano mesmo se não atingirem a média em até quatro disciplinas. Estes conteúdos seriam complementados em aulas extras concomitantes ao ano letivo seguinte. Em entrevista à Rádio Gaúcha, em janeiro, Raquel afirmou que a reprovação "não é alternativa para aprendizagem", reforçando a ideia de que este modelo amplia o abandono e a evasão escolar.
Na apresentação de 48 slides, a secretária apresentou um extenso diagnóstico da educação gaúcha na rede estadual, que aponta desigualdades entre escolas de ensino médio, entre alunos brancos e negros e também desigualdades sociais. Para combater as dificuldades, Raquel defendeu os programas adotados pelo governo estadual, com foco no Alfabetiza Tchê e no ensino de tempo integral.
Na quarta-feira (2) pela manhã, a secretária receberá representantes de todos os municípios do Estado para uma premiação do Alfabetiza Tchê. A solenidade ocorre em Novo Hamburgo, na Universidade Feevale. As 200 escolas com melhores desempenhos nos resultados de alfabetização, mensurados pelo Índice de Qualidade de Alfabetização da Escola (IQAe), vão receber bonificações que variam de R$ 40 mil a R$ 80 mil. Já as 200 escolas com pior desempenho, elencadas como as de maiores fragilidades, receberão apoio e mentorias com valores de R$ 20 mil a R$ 40 mil por instituição.
Na sequência de Raquel, a palestra foi da diretora do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, Anna Penido. Na palestra, Anna exibiu indicadores sobre casos de sucesso na educação no Brasil, e destacou o trabalho feito em Sobral, no Ceará, uma das principais referências em educação básica no Brasil.