O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
De 415 drones avistados nas proximidades de penitenciárias do Rio Grande do Sul, apenas 34 foram apreendidos, menos de 10% do total. O dado consta em trecho de relatório do Grupo de Ações Especiais (Gaes) da Polícia Penal.
O documento não menciona o período de abrangência do levantamento. Procurada, a Polícia Penal informou que os relatórios de inteligência são de caráter restrito e, por isso, não comenta sobre o seu conteúdo.
Os drones são utilizados para lançar produtos ilícitos para dentro das prisões. A suspeita é de que um desses equipamentos tenha sido usado para entregar a arma usada na execução de um detento na penitenciária de Canoas, em 23 de novembro, que gerou uma crise no sistema prisional do Estado.
O relatório ainda menciona que os operadores dos veículos aéreos poucas vezes são localizados.
Compra preparada
O relatório do Gaes é citado na justificativa para a compra de três kits antidrone, que são capazes de impedir o sobrevoo desses equipamentos nas proximidades das prisões.
Os kits são formados por uma arma que emite frequência capaz de derrubar os equipamentos, um rádio que identifica o drone e localiza o piloto e um tablet.
A aquisição será por dispensa de licitação, a um custo de R$ 4,9 milhões. A Polícia Penal diz que os kits ajudarão a combater as entregas de itens ilícitos e, assim, desarticular a atuação de organizações criminosas.