Com o aval do ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, de quem foi assessor da extinta Secretaria de Apoio à Reconstrução, o jornalista Nazur Garcia foi nomeado nesta sexta-feira (27) diretor-presidente da Trensurb. Servidor de carreira há quase 40 anos, Nazur tem o aval das principais forças políticas do PT e já trabalhou em diferentes áreas do governo, cedido pela Trensurb.
Agora, assume como comandante no lugar de Ernani Fagundes, também servidor de carreira, que vinha acumulando o cargo com o de diretor de Operações desde que Fernando Marroni saiu para concorrer a prefeito de Pelotas.
Nazur também assessorou a maioria dos ex-presidentes desde que entrou na empresa por concurso público, mas fez uma espécie de pós-graduação nos quatro meses em que trabalhou com Pimenta:
— Aprendi muito nesse período com o estilo do ministro de resolver problemas, conectando pessoas para fazer as coisas andarem mais rápido. Quero levar esse aprendizado para a Trensurb.
Um dos desafios do novo presidente será gastar os R$ 164 milhões de créditos extraordinários já liberados para refazer as duas subestações de energia perdidas com a enchente e recuperar a linha até a Estação Mercado, que deve ser reaberta em dezembro.
Somente depois de empenhar esses valores é que será possível abrir as licitações para a compra de oito escadas rolantes perdidas e consideradas irrecuperáveis pelos técnicos. São mais R$ 159 milhões para essa segunda fase. O resultado da licitação para a construção das subestações sai no dia 10 de outubro. Os editais para as escadas, elevadores e outros equipamentos necessários à retomada plena sai na segunda quinzena de outubro.
Apesar do desejo de celeridade e da orientação do governo para apressar a retomada, Nazur reconhece que dificilmente o trem conseguirá chegar à Mercado antes de dezembro. A explicação é a mesma do seu antecessor: parte dos equipamentos necessários à reconstrução da linha têm de ser encomendados no Exterior, sob medida. As escadas rolantes, por exemplo, têm de ser feitas por encomenda.
Mesmo voltando em dezembro, a retomada não será plena: haverá menos trens do que antes da enchente e haverá problemas de mobilidade, já que as escadas rolantes dificilmente ficarão prontas neste ano. Por que não foram encomendadas antes? Nazur diz que é porque até agora os técnicos estavam tentando recuperá-las, mas o estrago foi tão grande que só uma poderá ser retificada.