O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O diretório do MDB de Porto Alegre ingressou com duas ações na Justiça Eleitoral por propaganda antecipada contra o prefeito Sebastião Melo, que é pré-candidato à reeleição. Os alvos da ação são o PCdoB municipal e um comitê de apoio ao governo Lula na Capital, pelo qual a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) é uma das representadas.
Em uma das ações, o MDB questiona a campanha do PCdoB na internet intitulada "Tire o título, tire o Melo", direcionada a eleitores mais jovens. As mensagens relacionadas à campanha afirmam que Melo "negligenciou a saúde", "não se importa com a emergência climática" e representa o "bolsonarismo".
Na outra representação, o partido do prefeito aciona o "Comitê Popular Esperançar – Apoio ao Governo Lula" em razão de seus membros terem distribuído materiais impressos afirmando que há corrupção na prefeitura e que Melo "deixou toda cidade sem água e luz".
À Justiça Eleitoral, o MDB pediu que as publicações contra Melo sejam removidas e que a distribuição dos panfletos seja proibida, além de solicitar apreensão dos impressos. Além disso, pede que seja aplicada multa aos representados por propaganda eleitoral antecipada, como ordena a Lei Eleitoral.
Nos próximos dias, outra ação deve ser protocolada na Justiça Eleitoral, em razão de cartazes apócrifos contra o prefeito colados em alguns muros da Capital.
À coluna, Melo disse que as ações dos opositores ferem a democracia.
— Isso não é ofensa ao prefeito, é uma ofensa à cidade e à democracia, porque a democracia pressupõe uma eleição limpa, com muito debate, com contestação, mas com respeito entre as partes. Vou usar os instrumentos que a democracia me garante — afirmou.
Contraponto
A deputada estadual Sofia Cavedon disse que não é coordenadora do comitê citado na representação e que os panfletos distribuídos não configuram campanha eleitoral antecipada:
— É absurda e descabida essa representação contra mim. O comitê é uma organização que faz trabalhos comunitários. Eu participo das atividades, mas não sou coordenadora. E os panfletos trazem fatos que o prefeito precisa responder, pelos quais está sendo cobrado pelas pessoas, pelos vereadores, pelos deputados e pela imprensa.
A coluna também contatou a presidente do PCdoB de Porto Alegre, Silvana Conti, que afirmou que o partido não foi citado e não integra a campanha mencionada no processo:
— O PCdoB não foi citado e não possui conhecimento desta ação, mas está ciente da estratégia de judicialização adotada pelo atual prefeito na tentativa de silenciar críticas políticas que recebe de partidos e movimentos sociais. A campanha em questão não é do PCdoB Municipal, mas certamente concordamos tanto com a ampliação da participação da juventude na política quanto com a necessidade de uma nova administração municipal. Por isso nos solidarizamos com o vereador Giovani Culau e Manuela d'Ávila, que foi e segue sendo vítima de ações truculentas por parte de seus adversários.