O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Minutos após a aprovação, em primeiro turno, da reforma tributária no plenário da Câmara dos Deputados, o vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (PSDB) subiu o tom nas redes sociais e sugeriu que parlamentares foram "comprados" para votar a favor da proposta.
Detalhe: dos 14 tucanos presentes na sessão, 12 votaram favoravelmente ao texto. Incluem-se no grupo os deputados federais gaúchos Daniel Trzeciak e Lucas Redecker, este último também presidente estadual do PSDB. O próprio governador Eduardo Leite (PSDB) é um dos principais defensores da reforma.
"Acaba de ser aprovada a Reforma Tributária na Câmara dos Deputados. Foram 382 votos favoráveis, 118 contrários, 3 abstenções e R$ 7,5 bilhões em emendas, além do Ministério do Turismo para o apadrinhado do presidente da Casa, deputado Arthur Lira, que garantiu a vitória. É aquele velho ditado: primeiro, eles nos roubam, depois torram o nosso dinheiro, e com o que sobra, compram deputados para aprovar ainda mais impostos", disparou Ramiro nas redes sociais.
Procurado, o presidente estadual do PSDB minimizou a declaração do vereador tucano e disse que o partido "não é autoritário":
— O PSDB não é um partido autoritário que visa tolher a manifestação de seus membros e filiados. É a manifestação do vereador, que tem posições contrárias à reforma tributária, assim como nós temos posição favorável a vários pontos da reforma, e contrária a outros. É natural — respondeu o presidente do partido.
— É uma posição pessoal do vereador, acho que tem que se respeitar. O que não pode é ter agressão, a gente discorda não do vereador, mas de qualquer membro do partido ter agressão, sujando a imagem, não só do teu partido, mas de outros partidos — complementou.
Veja como votaram os deputados do PSDB no primeiro turno: