Está marcada para o meio-dia desta terça-feira (11) a reunião da bancada do MDB na Assembleia que irá debater o projeto que reajusta em 6% os salários dos servidores estaduais. O projeto foi enviado pelo Piratini ao Legislativo no final de março.
O líder emedebista na Assembleia, deputado Carlos Búrigo, reconhece que vem sendo procurado por entidades e sindicatos de servidores que pedem um índice maior de correção dos vencimentos. Ex-secretário de Planejamento no governo José Ivo Sartori, Búrigo diz que o MDB é "sensível" ao pedido dos funcionários, mas sustenta que é necessário seguir o ajuste o fiscal para não comprometer as contas do Estado.
— O governo mostrou que esse é o valor que consegue suportar. Uma coisa é o que os servidores merecem, outra é o que é possível pagar. Temos responsabilidade com a situação fiscal do Estado.
Mesmo após o período para troca de partidos, que mudou a composição da Assembleia, o MDB manteve oito cadeiras. Os votos da bancada emedebista são considerados decisivos nas votações de projetos que podem dividir a base do governo.
O projeto de reajuste dos salários dos servidores tramita em regime de urgência, mas ainda não será votado nesta semana. O prazo-limite para votação é dia 30 de abril, quando passa a trancar a pauta. Até lá, as bancadas devem intensificar as articulações.
Nos anexos que acompanham o projeto, o Piratini comunicou aos deputados estaduais que o aumento de 6% representará gasto extra de R$ 1,23 bilhão para os cofres do Estado em 2022. A Secretaria da Fazenda alega que o valor é o máximo que pode pagar.
Na semana passada, a deputada Luciana Genro, do PSOL, apresentou emendas ao projeto do Piratini. Uma delas propôs elevar o aumento de 6% para 56%. Luciana reconhece que não há chance de a proposta prosperar, mas afirma que a proposição é uma forma de pressionar o governo para negociar.