Ganhou corpo nos últimos dias na base do Progressistas (PP) uma campanha para que o deputado Jerônimo Goergen seja candidato ao Senado. Esse sempre foi o projeto do deputado, mas como o senador Luis Carlos Heinze, candidato a governador, deixou claro que as vagas de vice e senador seriam oferecidas a partidos aliados, Goergen tirou o time de campo e, em 2021, anunciou que estava deixando a vida pública.
O movimento parte da constatação de que dificilmente o PP conseguirá um aliado de peso, não tendo a seu favor a máquina do governo federal nem do estadual, e terá de pensar em chapa pura. A outra pretendente, a ex-senadora Ana Amélia Lemos, está de saída do PP pelo mesmo motivo que Jerônimo anunciou a opção pela iniciativa privada: queria ser candidata e não encontrou respaldo.
No fim de semana, o ex-deputado e ex-ministro da Agricultura Francisco Turra convidou Goergen para um encontro em sua casa de Rainha do Mar. No encontro, Turra e o filho Sérgio, deputado estadual que neste ano será candidato a federal, selaram o apoio a Goergen, convencidos de que o cenário nos demais partidos favorece o PP na eleição para o Senado.
— Vencemos as duas últimas disputas que tivemos ao Senado e temos tudo para alcançar a terceira vitória. Jerônimo é o nome certo para ir ao Senado. Tem trajetória sólida e posição clara, é de direita e combativo — justificou Francisco Turra.
Durante o encontro, também foi confirmado que o número 1133, com o qual Goergen concorreu nas últimas eleições, será utilizado por Sérgio na eleição para deputado federal. Foi o mesmo que Francisco Turra utilizou quando se elegeu deputado federal — e com sua saída, passou para Goergen.
— É natural que o Sérgio receba de volta esse número, que fez história vitoriosa e que começou com Francisco Turra, que é uma referência para todos nós — disse Goergen.
À coluna, Goergen confirmou que desde quinta-feira (27) está recebendo manifestações de apoio das bases do PP, o que o para ele não é nenhuma novidade:
— Sempre soube que a base me apoiava, mas como a prioridade é eleger o governador, entendi que deveria recuar. Não estimulei esse movimento e continuo achando que devemos focar na eleição para o Piratini, até porque tem movimentos internos que querem desestabilizar o Heinze e não concordo com isso.
Goergen ainda não sabe se aceitará ser candidato ao Senado, caso o partido queira:
— Teria de dar mais um cavalo-de-pau para voltar. Não sei o que pensa a minha família sobre isso. Preciso ver os movimentos e avaliar a viabilidade.
O deputado estadual Marcus Vinícius de Almeida é outro que está empenhado na construção da candidatura de Goergen. Nas redes sociais, o deputado escreveu: “Um conservador-liberal, comprometido com o desenvolvimento econômico e o bem estar social, líder de toda uma geração de municipalistas, um homem vocacionado e cheio de espírito público como @jeronimogoergen não pode sair da política num momento tão decisivo para o futuro do país”.