A parceria do governo do Rio Grande do Sul com universidades privadas para a concessão de bolsas de estudos no ensino superior a pessoas que cumprem pena em presídios gaúchos começa a sair do papel. Neste mês, foram selecionados os cinco primeiros apenados que cursarão graduação à distância na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). As aulas devem começar no primeiro semestre de 2022.
O convênio com a Unisc foi o primeiro de uma série de acordos que devem ser fechados até o final do ano que vem. Na semana passada, o governador Eduardo Leite formalizou pacto com a Univates, de Lajeado, que oferecerá outras cinco vagas de graduação para apenados.
O secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, está em tratativas com outras universidades do interior e de Porto Alegre para que mais apenados tenham a oportunidade de se graduar. Poderão concorrer às bolsas todos os presidiários com Ensino Médio completo.
— A meta é chegar ao final do ano que vem com pelo menos 50 bolsas ofertadas pelas universidades — projeta Hauschild.
Se o objetivo for concretizado, serão atendidos 2,5% dos cerca de 2 mil apenados com ensino médio completo no Estado.
Primeira seleção
Na seleção para as primeiras bolsas, na Unisc, 22 pessoas de cinco unidades prisionais do Vale do Rio Pardo se inscreveram e prestaram prova de proficiência de língua portuguesa. O processo de seleção foi desenvolvido pela 8ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR) com apoio do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) Mário Quintana com sede na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires.
Os candidatos que obtiveram os cinco primeiros lugares receberam notas superiores a 90 pontos em suas redações. O primeiro lugar foi obtido por Kássio de Souza Santos, que cumpre pena na Penitenciária de Venâncio Aires e cursará a graduação em Ciências Contábeis.
Santos foi aluno do NEEJA Mário Quintana, continua frequentando as aulas como ouvinte e participa do projeto de remição da pena pela leitura.
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