![Ederson Nunes / CMPA/Divulgação Ederson Nunes / CMPA/Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/4/4/1/8/2/5/1_588271f6d971c18/1528144_e438c47bed46aa7.jpg?w=700)
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A Câmara de Porto Alegre aprovou nesta quarta-feira (1º) um projeto de resolução que obriga os vereadores a ficarem em pé e em posição de respeito durante a execução do Hino Nacional Brasileiro e do Hino Rio-Grandense. A proposta foi apresentada pela vereadora Mônica Leal (PP), em resposta ao ato de vereadores de oposição que protestaram contra o hino estadual na cerimônia de posse, em 1º de janeiro.
Na ocasião, parlamentares negros de PT, PSOL e PCdoB permaneceram sentados durante a execução do hino, por entenderem que há conotação racista em uma parte da letra. O trecho alvo da polêmica diz que "povo que não tem virtude acaba por ser escravo". O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) afirma que não há teor discriminatório no verso.
O projeto foi aprovado com 22 votos favoráveis e 11 contrários. Com isso, passa a ser um dever de todo parlamentar "postar-se de pé e em posição de respeito durante a execução do Hino Nacional Brasileiro e do Hino Rio-Grandense".
Durante a discussão do projeto, os vereadores de oposição voltaram a questionar o trecho do hino, reforçando que o consideram racista. Bruna Rodrigues (PCdoB) lembrou que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desobriga que todos se levantem durante a execução do hino estadual.
—Eu não canto o hino do Rio Grande do Sul desde os 14 anos, por que eu entendo quem é esse "povo que não tem virtude e acaba por ser escravo". Porque vivo as consequências dessa escravização até hoje, quando nas nossas comunidades os jovens negros e negras são os que menos têm oportunidade — afirmou a parlamentar.
Em seu discurso, a autora do projeto disse que os vereadores devem respeitar a "liturgia do cargo".
— Não há margem para cada um decidir como se comportar na execução dos nosso hinos. Não cabe discutir. A postura é um princípio básico. Como boa filha de militar, desde criança aprendi a respeitar e valorizar os símbolos da pátria — disse Mônica, em referência ao pai, o ex-vereador Pedro Américo Leal.
Conforme o regimento interno da Câmara, o vereador que descumprir os deveres elencados no documento estará sujeito a medidas disciplinares.
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