Os protestos de sábado (19) nas principais capitais brasileiras escancaram o dilema da oposição: manter a coerência com o discurso contrário às aglomerações ou colocar máscara e ir para a rua expressar o repúdio contra o governo, no dia em que o Brasil atingiu 500 mil mortes pelo coronavírus? Milhares de pessoas optaram por ir às ruas, em um protesto organizado por entidades sindicais, movimentos estudantis e partidos políticos. Mesmo com o pedido para que mantivessem distância, foram registradas aglomerações.
As manifestações refletem a insatisfação de uma parcela da população com o governo de Jair Bolsonaro, mas não são o instrumento adequado para medir o tamanho do descontentamento, porque nem todo mundo que não gosta do governo se dispõe a ir para a rua. Da mesma forma, as manifestações a favor do governo não refletem o tamanho do apoio, porque a maioria costuma ser silenciosa. Com a pandemia, o medo da contaminação desestimula as manifestações de rua.
Os principais pré-candidatos à presidência optaram por não comparecer, temendo ser acusados de campanha eleitoral antecipada e de patrocinar aglomerações. Em São Paulo, que registrou a maior manifestação, só Guilherme Boulos (PSOL) discursou na Avenida Paulista. Fernando Haddad também falou, mas ele não é candidato a presidente. Os outros optaram pela discrição.
No próximo dia 10, apoiadores do presidente Bolsonaro desfilarão pelas ruas de Porto Alegre em motocicletas, repetindo o que já ocorreu em São Paulo, no Rio e no Distrito Federal. São manifestações incomparáveis, mas rendem imagens que alimentam as redes sociais dos dois lados.
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