A jornalista Débora Cademartori colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em meio às discussões envolvendo a renovação da concessão da BR-116, no sul do Estado, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, garantiu ao deputado Jerônimo Goergen (PP) que não está negociando um novo acordo com a Ecosul e que apenas recebeu uma proposta da empresa para continuar operando na rodovia. O ministro informou também que, se depender da preferência pessoal dele, não prorrogaria o contrato por ser contrário a esse tipo de medida.
Se renovadA a concessão, a Ecosul se propõe a reduzir a tarifa dos atuais R$ 12,30 para veículos de passeio para cerca de R$ 7, duplicar oito quilômetros da BR-392, facilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, e recuperar a ponte do Canal São Gonçalo, na BR-392, em Pelotas, desativada desde 1974 por problemas nas vigas. Como contrapartida, além da prorrogação do contrato, a empresa implementaria mais numa praça de pedágio, em Camaquã, o que gerou protestos da sociedade civil no sul do Estado. No lugar das atuais cinco praças de cobrança, a Ecosul ficaria com seis.
De acordo com informações apuradas pelo colunista Jocimar Farina, o Ministério da Infraestrutura, ao receber ao proposta, perguntou à empresa se seria possível também duplicar a BR-290, no trecho Eldorado do Sul-Pantano Grande.
Na sexta-feira (16), Goergen perguntou a Tarcísio se havia alguma negociação já engatilhada com a Ecosul. O ministro afirmou que a proposta é interessante, mas que não está tratando da renovação oficialmente. Disse ainda que tem dúvidas sobre entraves jurídicos relacionados ao tema e que o Tribunal de Contas da União (TCU) pode até entrar em cena para impedir que isso seja feito, da mesma forma que ocorreu com a freeway, em 2018.
A bancada gaúcha se reunirá em breve com Tarcísio para tratar sobre a concessão da BR-116, que teve trecho duplicado com recursos do governo federal, sem atuação da Ecosul.