O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em mais um caso de plágio envolvendo jingles eleitorais, a música criada para a campanha de Stela Farias (PT), que concorre à prefeitura de Alvorada, guarda semelhança inconfundível com a que embalou a campanha de Roseana Sarney (MDB) ao governo do Maranhão. Além da melodia, trechos da letra da canção, que em sua versão original é interpretada pela cantora Alcione, foram reprisados.
Como no jingle original, composto para Roseana, Stela é referida como "guerreira do povo". Em outros trechos, expressões como "que bom te ter de novo" e "que bom te ver mais forte, me dê sua mão" também foram copiados.
A produtora Home Mix, que elaborou o jingle de Roseana e tem sedes no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, não concedeu autorização para o uso do jingle. A advogada da empresa, Camila Martins Ramos, disse que a campanha de Stela pode ser acionada na Justiça pelo uso não autorizado.
— Ainda vou entrar em contato com a candidata para ver sé é possível obter algum acordo para conceder autorização a ela. Caso não seja possível vamos entrar com ação (judicial) sim — informou a advogada.
Questionada pela coluna, a assessoria da campanha de Stela informou que a equipe de comunicação da candidata "ouviu jingles de candidaturas de mulheres, apresentando-os ao profissional contratado para a produção desta eleição e se inspiraram no de Roseana".
A campanha reforçou que a música de Roseana é uma inspiração para a criação do jingle de Stela, que custou R$ 3,5 mil.
"Não entendemos inspiração como sendo plágio. A música é diferente, a letra é semelhante, não igual", afirmou a assessoria, em resposta a questionamento da coluna.
Esse não é o primeiro caso em que o jingle de Roseana é utilizado sem autorização. A deputada estadual e candidata a prefeita de Valparaíso de Goiás (GO), Lêda Borges (PSDB) também se apropriou da música e da letra produzida pela Home Mix.
Compare as duas versões:
Jingle de Roseana Sarney em 2018
Jingle de Stela Farias em 2020
Liminar proíbe uso de jingle plagiado
Em outro caso de uso de jingle sem autorização, a campanha de Lúcio Borges (PP) a prefeito de Palmeira das Missões adaptou, sem autorização, a música de campanha de Germano Rigotto (MDB) em 2002, quando foi eleito governador do Estado.
A produtora Jinga, que compôs a canção, entrou na Justiça e obteve liminar na segunda-feira (9) ordenando que a coligação de Borges suspendesse a veiculação e utilização do jingle plagiado.
A Jinga também foi vítima no caso do candidato a vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra, que utilizou sem permissão uma versão modificada do jingle composto pela produtora para o ex-prefeito José Fogaça.
Compare os jingles:
Jingle de Rigotto em 2002
Jingle de Lúcio Borges em 2020
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