O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O crescimento na popularidade de Jair Bolsonaro obtido no esteio do pagamento do auxílio emergencial não se refletiu, até agora, nas intenções de voto de candidatos apoiados ou simpatizantes da linha ideológica do presidente nas maiores capitais do país. Embora as pesquisas apontem um cenário de momento e não definam o resultado da eleição, os últimos levantamentos feitos pelo Ibope mostram que em apenas um dos 10 maiores colégios eleitorais um candidato identificado com o bolsonarismo lidera a disputa.
Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) largou na frente, como sempre ocorre nas eleições em que é candidato, mas já perdeu a dianteira para Bruno Covas (PSDB). Na pesquisa mais recente, Covas chegou aos 26%, enquanto Russomanno perdeu cinco pontos e ficou com 20%. Se a tendência do levantamento se confirmar, disputará vaga no segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), ambos em crescimento, com 13% e 11%, respectivamente.
Situação pior vive Marcelo Crivella (Republicanos), atual prefeito do Rio de Janeiro que é apoiado por Bolsonaro e família – inclusive com o filho zero dois do presidente, Carlos Bolsonaro, tentando a reeleição para vereador pelo seu partido. Enquanto viu Eduardo Paes (DEM) disparar, com 32%, Crivella corre risco de não disputar o turno decisivo. Com 14%, está empatado com Martha Rocha (PDT). Benedita da Silva (PT) aparece com 9%.
Em Belo Horizonte, terceiro maior colégio eleitoral brasileiro, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) caminha para a reeleição, com 63% das intenções de voto no último Ibope. O candidato de Bolsonaro, Bruno Engler (PRTB), tem apenas 3%. O cenário é parecido em Salvador, capital em que Bolsonaro possui os piores índices de avaliação popular. Bruno Reis (DEM) surfa na popularidade do atual prefeito ACM Neto e lidera isolado, com 61%, enquanto o bolsonarista Cézar Leite (PRTB) tem apenas 1%.
O único candidato abençoado por Bolsonaro que lidera as pesquisas nas maiores cidades brasileiras é o deputado federal Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza. Derrotado no segundo turno em 2016, registrou 33% na última pesquisa do Ibope. Luizianne Lins (PT), com 23% e José Sarto (PDT), com 16%, disputam o segundo lugar.
Em Curitiba e Recife, locais em que o presidente não declarou apoio a ninguém, postulantes que reivindicam a bandeira bolsonarista também não chegam aos dois dígitos. Em Manaus, Bolsonaro recomendou voto em Coronel Menezes (Patriota) que está em quinto lugar, com 5%.
Porto Alegre é outra capital em que o presidente não declarou apoio a nenhum concorrente à prefeitura, mas os dois postulantes mais identificados com as pautas do governo federal, Gustavo Paim (PP) e Valter Nagelstein (PSD), têm 2% cada, empatados no oitavo lugar. Fechando o top 10, a última pesquisa Ibope de Belém mostra que o apoiador de Bolsonaro mais bem colocado é Everaldo Eguchi (Patriota), na quarta posição, com 7%.
Aliás
Em um dos episódios mais lamentáveis da campanha eleitoral até agora, Celso Russomanno insinuou que, caso reeleito, Bruno Covas pode falecer antes de terminar o segundo mandato. O prefeito de São Paulo sofre de câncer no estômago e, segundo seu médico, a doença está controlada.
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