Pegou mal entre os prefeitos da Grande Porto Alegre a proposta de Nelson Marchezan, de cobrar uma taxa de R$ 4,70 por dia dos veículos com placas de outros municípios que entrarem em Porto Alegre. Em nota, a diretoria da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) apela a Marchezan para que desista da votação em regime de urgência.
A Granpal pede à Câmara que não aprove a "Taxa de Congestionamento Urbano” na convocação extraordinária de quinta e sexta-feira, para permitir a discussão dos efeitos da medida, que prejudicará milhares de pessoas da Grande Porto Alegre que estudam ou trabalham na Capital.
"Tal pedido se justifica, já que a propositura não foi avaliada pelos gestores associados da Granpal, não foram medidos os possíveis impactos desta cobrança, e também, não se sabe quais podem ser as consequências desta medida na mobilidade humana em nosso aglomerado urbano", diz a nota assinada pelos prefeitos de Cachoeirinha, Miki Breier (presidente), Margarete Simon Ferreti (1ª vice-presidente), de Osório, Daiçon Maciel da Silva (2º vice-presidente) e de Esteio, Leonardo Pascoal (secretário).
Os prefeitos sugerem uma reunião extraordinária da Granpal, em data a ser combinada, para discussão da taxa de congestionamento, que nada mais é do que a cobrança de pedágio para entrar no município de Porto Alegre.
Pela proposta da prefeitura, só escapam os veículos oficiais. Carros particulares, veículos que fazem transporte por aplicativo e até caminhões que entregam, mercadorias serão taxados.
"Um assunto complexo como o transporte metropolitano não pode ser discutido às pressas e de forma superficial. O projeto de lei, enviado pelo Poder Executivo de Porto Alegre à Câmara Municipal, que onera os veículos da Região Metropolitana que ingressarem na capital, causa enorme impacto em todos os municípios do entorno", reclamou Pascoal em seu perfil no Twitter.
Marchezan apresentou um conjunto de medidas destinadas a financiar o transporte coletivo. Entre as mais polêmicas está a cobrança da taxa de congestionamento, mas outras também enfrentam resistência, como a cobrança de R$ 0,28 por quilômetro rodado para os aplicativos de transporte.