O slogan da Campanha do Agasalho neste ano, "Toda roupa tem uma história", pode ter o tempo do verbo alterado para o futuro do presente quando se trata de peças para bebês tecidas por mãos como as de Suzete Noronha. Ponto por ponto, ela transforma fios de lã em roupinhas coloridas para doar a crianças de famílias carentes. Não sabe quem vai recebê-las, não faz propaganda, e só está sendo citada em um vídeo pelo governador Eduardo Leite porque duas sacolas repletas de peças caíram por acaso nas minhas mãos graças a outra Suzete, a Braun, colega de trabalho de Zero Hora.
Suzete é um nome incomum no Rio Grande do Sul. Duas fazendo parte da mesma corrente de solidariedade me levaram a pesquisar a origem e o significado do nome. De origem francesa, Suzette seria um diminutivo de Susana, "graciosa como um lírio", "pessoa esforçada, batalhadora".
A Suzete Braun trouxe as roupinhas produzidas pela Suzete Noronha e pediu-me para indicar um destino. Minha primeira ideia foi levar para a maternidade Santa Clara, na Santa Casa, mas lembrei do apelo feito pela secretária da Comunicação, Tânia Moreira, no lançamento da Campanha do Agasalho, para que as pessoas doassem roupas de crianças. Tânia lembrou que, em geral, as famílias guardam as roupinhas de bebês como recordação ou repassam para parentes. Resolvi levar o presente de Suzete ao Palácio Piratini, na esperança de que se multipliquem as doações para bebês.
Tânia fez a sua parte: mostrou ao governador e ele gravou o vídeo agradecendo a generosidade de Suzete e pedindo a outras tricoteiras que façam o mesmo.
Pelo Rio Grande do Sul afora, há muita gente que usa o tempo livre para tecer roupas que tornarão mais ameno o inverno de quem não tem agasalhos. Em Arroio dos Ratos, um grupo de mulheres se reúne para tricotar — no melhor sentido da palavra. Priscila Biriva fez do Café da Pri um ponto de encontro de pessoas que doam seu tempo livre transformando fios em roupas coloridas. No dia 16 de junho, a Pri vai fazer um chá beneficente para arrecadar dinheiro para a compra de lã. Reparem nas fotos abaixo o que essas mulheres queridas fazem com as lãs que ganham ou que elas mesmas compram.