
Gaúcho de nascença, o padre Antônio Hoffmeister trabalha há anos no Vaticano. Muito próximo do papa Francisco, ele era o intérprete do Pontífice quando ocorriam encontros com delegações brasileiras. Ele conversou com a coluna durante o Jornal do Almoço na RBSTV.
Como era o papa Francisco e como foram os últimos momentos em que o senhor o viu?
O papa Francisco era uma pessoa muito humana, acho que é a palavra que descreve bem. Ele, quando encontrava uma pessoa, se voltava totalmente para aquela pessoa, para o que ela estava falando e para quais eram os problemas dela. E conosco, que tínhamos a oportunidade de conviver com ele diariamente, também. Ele volta e meia nos perguntava como nós estávamos, como estava a família, então era uma pessoa muito humana, de muito bom humor. O convívio era sempre muito agradável.
Ele falava algo do Rio Grande do Sul?
Sim. Quando ele encontrou o nosso governador (Eduardo Leite), que esteve o ano passado aqui, falou do tio dele que morou em Pelotas, e falou que tinha familiares ainda lá. Depois, durante a tragédia do ano passado, me perguntou pelo menos duas vezes que notícias eu tinha, como estava a situação e tomou a iniciativa de ligar do telefone pessoal dele para Dom Jaime (Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre) para perguntar como estava a situação e enviou uma ajuda considerável, foi mais de meio milhão de reais dos fundos que ele pôde distribuir de ajuda para o nosso Estado durante a tragédia do ano passado.
O senhor tinha acesso direto nos últimos dias ou chegou a vê-lo enquanto ele estava doente?
Depois que ele foi hospitalizado, eu não o vi pessoalmente, mas uns dias antes, estivemos com ele no encontro que ele teve com a presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), entre eles Dom Jaime, no qual eu fui o intérprete.