
O projeto está bem no começo, mas vale os porto-alegrenses prestarem atenção e se integrarem aos debates — até para não reclamarem depois.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), e o consórcio Regeneração Urbana Dilúvio realizam nesta quinta-feira (13) uma consulta pública para receber da população sugestões para o projeto da Operação Urbana Consorciada (OUC) de revitalização do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre.

As propostas farão parte de um programa urbanístico específico que contemplará ações de transformação urbanística da região da cidade ao longo de 9,4 quilômetros da Avenida Ipiranga, com revitalização e despoluição do curso d’água, criação de um novo parque linear, melhorias na mobilidade, no saneamento e na drenagem.

A ideia da prefeitura, que deve ser transformada em projeto de lei a ser encaminhado à Câmara no segundo semestre, transforma a região no eixo da Avenida Ipiranga em uma Operação Urbana Consorciada, que flexibiliza regras de ocupação do solo. Em contrapartida, investidores viabilizarão obras de despoluição, desassoreamento, contenção e paisagismo.
Para ampliar o espaço de circulação de pedestres, o projeto propõe construção de varandas suspensas sobre as águas, ampliação das ciclovias e passagens de pedestres, de modo integrar o Dilúvio a outros parques da cidade.

A atividade desta quinta-feira (13) tem como principal objetivo receber sugestões da população que mora, trabalha ou utiliza essa região da cidade. Pela manhã, às 9h, ocorre a abertura oficial, com a presença do prefeito Sebastião Melo, do secretário Germano Bremm.
A partir das 10h, os técnicos do consórcio contratado farão a apresentação detalhada dos estudos e das propostas prévias. A população pode participar dos debates durante todo o tempo. O debate ocorre no auditório da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus — Rua Luiz Voelcker, 55, bairro Três Figueiras, Porto Alegre.
Algumas ideias
Ao longo de 2024, profissionais contratados pela prefeitura realizaram estudos ambientais, econômicos, urbanísticos, sociais, demográficos e de mobilidade na região. Foram sugeridas propostas preliminares.
Rede de Infraestrutura Verde e Azul
Criação do Parque do Arroio Dilúvio, qualificação de espaços livres ao longo do arroio e implantação de corredores verdes conectando áreas já existentes e novas áreas de lazer. Estão previstas ações de arborização urbana, incluindo o plantio de espécies nativas, a criação de biovaletas vegetadas (canais rebaixados que incorporam elementos naturais como solo drenante, pedras e vegetação) para pré-tratamento das águas pluviais e soluções que aumentem a retenção da água no solo, reduzindo impactos das chuvas intensas.
Infraestrutura de Macrodrenagem e Saneamento
Ampliação e modernização do sistema de drenagem, incluindo 7,1 km de novas redes de drenagem, melhorias em três Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) e a construção de 15 reservatórios de amortecimento de vazão. Também estão previstas ações de saneamento, como a interceptação de redes de esgoto e drenagem pluvial, direcionando o fluxo captado ao Sistema de Esgotamento Sanitário da Ponta da Cadeia, na zona sul da cidade.
Rede de Mobilidade
Melhorias na infraestrutura para pedestres e ciclistas, como ampliação de calçadas, implantação de ciclofaixas e ciclovias exclusivas para uso de bicicletas e patinetes, além da construção de novas passarelas sobre o arroio. Entre as sugestões também estãomelhorias nos corredores de transporte coletivo e outras intervenções para ampliar a conectividade urbana.
Melhorias Habitacionais e Equipamentos Públicos
Regularização e urbanização de assentamentos localizados dentro do perímetro, destinação de terrenos e alocação de parte das receitas da OUC para investimentos em habitação e novos equipamentos públicos.