Muito se comenta que Donald Trump chega ao novo mandato mais forte do que nos quatro anos em que esteve à frente da Casa Branca. Mas por quê?
Primeiro pela chancela das urnas, na eleição de 2024. O republicano conquistou a ampla maioria dos votos no colégio eleitoral e entre os eleitores. Em 2016, quando chegou pela primeira vez ao poder, ele havia perdido para Hillary Clinton no voto popular - ou seja, embora o que vale nos EUA é conquistar a maioria dos votos dos delegados, havia, nos bastidores, uma certa crise de legitimidade. Agora, não.
Segundo, dessa vez, Trump não pode se apresentar como um outsider, como em 2017. Na época, ele apresentava-se como alguém de fora do establishment de Washington, um "apolítico". Agora, ele exerceu o poder. Os americanos o conhecem - e o elegeram. Logo, Trump está chancelado também por um eleitor que deseja tê-lo de volta.
Outro ponto importante: o republicano assume nesta segunda-feira (20) com uma vitória geopolítica nas mãos, o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Claro que o acerto é fruto de um esforço também da diplomacia americana, sob comando de Joe Biden, mas Trump teve papel fundamental. Retorna ao poder com estatura elevada.
Além disso, Trump terá maioria nas duas casas do Congresso. É uma maioria frágil - dois senadores republicanos a mais do que os democratas no Senado; e quatro deputados a mais na Câmara. Mas, mesmo assim, é uma maioria.
Isso facilitará a aprovação de projetos no parlamento e dificultará eventuais processos de impeachment.
Terá também uma Suprema Corte com maioria conservadora - parte dos juízes, inclusive, indicados por Trump.
Por último, mas tão importante quanto as observações anteriores, é o fato de o presidente eleito retornar à Casa Branca com o apoio do empresariado americano - e, principalmente, das big techs. O Vale do Silício, que no passado costumava apoiar os democratas, abraçou o trumpismo. Trump tem o a América corporativa na mão.