O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), braço da ONU, apontou que as enchentes no Rio Grande do Sul afetaram mais de 2 mil escolas da rede estadual de Educação. Com isso, 741 mil estudantes não tiveram acesso às aulas no período das chuvas.
Os dados fazem parte do Learning Interrupted: Global Snapshot of Climate-Related School Disruptions in 2024, (na tradução, Aprendizagem interrompida: instantâneo global das perturbações escolares relacionadas com o clima em 2024). O estudo, divulgado na sexta-feira (24), examinou os eventos climáticos que resultaram no fechamento de escolas ou na interrupção significativa dos horários escolares.
Segundo o relatório, pelo menos 242 milhões de estudantes em 85 países tiveram impactos na vida escolar por conta de eventos climáticos extremos em 2024. No Brasil, 1,1 milhão de crianças tiveram os estudos interrompidos.
Além da enchente, destaca-se no Brasil a seca na região amazônica, que fez com que cerca de 1,7 mil escolas ficassem sem aulas, deixando 436 mil estudantes fora das escolas.
O relatório também aponta que 74% dos estudantes afetados estavam em países de baixo e médio-baixo rendimento. Além disso, aponta que as escolas e os sistemas educativos estão, em grande parte, pouco equipados para proteger os estudantes destes impactos.