De 2016 a 2019, anos de gestão de Romildo Bolzan como presidente do Grêmio, o resultado financeiro foi de R$ 122 milhões. Só no ano passado, o Tricolor conseguiu superávit de R$ 22 milhões. São números maravilhosos. E eles vêm acompanhados de seis títulos, o que completa uma gestão competente. Ou seja, ganha dinheiro e coloca taças no armário.
O Grêmio soube negociar com grandeza seus contratos de TV, soube vender e valorizar seus jogadores e sempre conseguiu reposições técnicas que deixam a certeza, até hoje, de ter um time de qualidade e competitivo.
O que Romildo Bolzan não contava, e ninguém neste mundo, era com esta crise viral que a humanidade atravessa. Certamente, a partir de agora ele estará debruçado numa montanha de dificuldades, vendo receitas importantes e fundamentais escorrerem pelo chão sem ter o que fazer a não ser ficar na torcida para que a normalidade chegue logo.
Bolzan, assim como todos nós, não sabe quando poderemos retornar ao futebol. Quando ele poderá ver seu time em campo, seu estádio lotado de torcedores, os gols marcados por seus atacantes. Tudo será diferente, sendo que ninguém ainda tem ideia do que vem pela frente. Até agora, o presidente deu um show de competência. Acertou muito mais do que errou e recebeu o reconhecimento dos milhões de torcedores do Grêmio.
ESTRUTURA
Existe quase um consenso de que Pepê joga o suficiente para ser titular do Grêmio. No entanto, ele enfrenta duas dificuldades importantes. A primeira é que sua posição original é a ponta esquerda, espaço que é ocupado por Everton, o Cebolinha. A outra dificuldade é que Renato Portaluppi não abre mão da sua convicção estrutural de time.
Ele ganhou seus maiores títulos tendo dois volantes, um armador e Ramiro como fiel de uma estrutura que ataca e defende com a mesma capacidade. Alisson repete, de alguma maneira, esta formação. Ramiro fazia melhor, marcava mais, era mais compenetrado. Mas as características de Pepê não passam muito perto disto. Alisson tem uma aproximação maior, e se não repete Ramiro pelo menos deixa a estrutura tática muito semelhante. E dela, ele não abre mão.