Ainda sem apresentar propostas concretas para o transporte coletivo, o governo de Porto Alegre deve encaminhar nesta semana ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) o novo valor da passagem de ônibus. A tendência é de que o Comtu, como de costume, aprove o reajuste sem resistência.
Sem aumento em 2020, devido à pandemia, a tarifa agora vai passar de R$ 4,55 para algo entre R$ 4,70 e R$ 4,80 – o que devolverá a Porto Alegre o título de capital com a passagem mais cara do país. Mesmo com esse acréscimo, as empresas de ônibus deverão reduzir suas operações, com menos viagens e menos veículos circulando. Para manter as operações como hoje, a prefeitura calcula que a tarifa deveria saltar para R$ 5,20.
Já faz quatro semanas que membros do governo se reúnem, por videoconferência, com representantes das empresas para repensar o sistema de transporte coletivo. Ainda não há grandes avanços, mas existem alguns consensos: será lançado um programa para capacitar cobradores para outras funções. À medida que motoristas, por exemplo, forem se aposentando, cobradores treinados vão entrando no lugar deles.
Também é certo que a Câmara de Vereadores receberá um projeto propondo corte de benefícios. Hoje, qualquer estudante paga meia passagem – a ideia é que isso passe a valer apenas para os alunos de baixa renda. Algumas categorias profissionais, hoje isentas da tarifa, também deixariam de usufruir da gratuidade.
Outras iniciativas, mais controversas, não são unanimidade nem dentro do governo. O secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, ainda não desistiu de convencer o prefeito Sebastião Melo sobre a taxação de empresas como a Uber, que controlam aplicativos de transporte. O vice, Ricardo Gomes, é uma das principais vozes contrárias à proposta.