Embora otimista com os rumos da pandemia em Porto Alegre, como a coluna mostrou nesta terça-feira (2), o secretário de Saúde da Capital, Mauro Sparta, entende que a chegada de pacientes de outros Estados "não é o caminho correto".
– Eles deveriam ficar blindados, bloqueados lá mesmo (em seus Estados), dentro de uma estrutura adequada. Poderia ser um hospital de campanha montado em algum estádio de futebol, por exemplo. Essa transferência para o Brasil todo eu acho muito perigosa – avalia Sparta.
Até agora, Porto Alegre já recebeu 26 pacientes de Rondônia e do Amazonas, dois Estados afetados pelo colapso no sistema de saúde. Recentemente, uma das mais preocupantes linhagens do coronavírus foi descoberta justamente no Amazonas.
A operação para transferir doentes, coordenada pelo Ministério da Saúde, conta com um robusto esquema de segurança, mas, mesmo assim, o secretário Sparta mantém um pé atrás.
– Quando (os doentes) chegam aos nossos hospitais, os cuidados são imensos, claro, mas trazê-los de fora, botar num avião, viajar durante horas, chegar aqui, tudo isso aumenta os riscos. Se não havia condições de construir um hospital de campanha lá (em Rondônia ou no Amazonas), que fossem transferidos para Estados mais próximos, e não diluídos no país inteiro – afirma Sparta.
Mas ele ressalta que "é preciso estender a mão para os nossos irmãos":
– Se essa é a decisão do Ministério da Saúde, nós acatamos. Vamos continuar recebendo essas pessoas, sim.