Sebastião Melo assume a prefeitura neste dia 1º com desafios enormes – alguns urgentes, outros de longo prazo.
Há também os que são urgentes E de longo prazo, caso do transporte coletivo: a crise no setor carece de remédio imediato, mas um planejamento robusto é imprescindível para transformar os ônibus em um modal competitivo, capaz de reconquistar passageiros da região central que migraram para o Uber.
Entre as emergências, claro, está a vacina: se o Brasil já está atrasado, qualquer capital que dormir no ponto – seja por complicações políticas ou logísticas – vai amargar o atraso do atraso. Melo dará um belo pontapé inicial se Porto Alegre embarcar no primeiro trem da vacina.
A retomada do emprego também é urgente. Já no início do ano, precisam sair do papel as três medidas que o então candidato prometeu para recuperar a economia: microcrédito, qualificação profissional e fim da burocracia para novos empreendedores.
A pandemia ainda trouxe um déficit na chamada zeladoria da cidade – grama alta e buraqueira voltaram com tudo, porque as empresas terceirizadas reduziram o ritmo do trabalho. Tudo isso é para já.
Depois, com calma, mas sem protelação, o prefeito precisará se dedicar à inadiável reforma da previdência: o rombo em 2021 deve chegar a R$ 1,5 bilhão. Aliás, Melo começa a governar em situação financeira razoável – e com perspectivas de investimentos – graças ao desgaste que Marchezan enfrentou ao implementar reformas necessárias em Porto Alegre.
Uma reforma que faltou, a propósito, é a da burocracia interna da prefeitura: entra governo, sai governo, e a relação do município com o cidadão, por meio de canais como o 156, continua péssima. Os sistemas são analógicos, as secretarias não conversam entre si e algumas solicitações levam meses.
O texto acabou e nem falei de educação, turismo, Centro Histórico, cultura. Melo tem muito trabalho pela frente. Feliz Ano-Novo, prefeito. E aos leitores também. Volto de férias no final de janeiro.