Sobrevivente de crises políticas, Eduardo Paes (PMDB) saiu respirando de mais uma. E, desta vez, encerrou o ciclo melhor do que começou. Prefeito do Rio em segundo mandato, Paes foi um dos principais líderes da organização de uma Olimpíada que largou cercada de desconfianças.
O Estado está mergulhado em crise econômica, a violência disparou e as obras geraram desgaste público.
Os Jogos acabaram ontem e, apesar dos problemas pontuais e da morte de um policial, a avaliação é de êxito. Não houve terrorismo, as ocorrências de crime foram diminutas e, neste cenário, sobressaíram o carisma do brasileiro, a magia da Olimpíada e a beleza do Rio.
Surfando na onda, Paes aproveitou a visibilidade do evento e, entre outras atividades, inaugurou um espaço de desenvolvimento infantil que levará o nome da judoca Rafaela Silva, medalha de ouro nos Jogos. A política nacional encontrará o peemedebista no futuro.
Ele é cotado para concorrer ao governo fluminense e, por vezes, lembrado como nome à Presidência. Antes disso, tentará eleger o deputado federal Pedro Paulo – desgastado pelas denúncias de agressão à mulher – como seu sucessor.
Outro desafio é a vida pós-olímpica: sem a operação de guerra montada para a competição, há risco de onda de violência. A depressão econômica também é preocupação do prefeito, que se converteu no político de maior gingado para escapar da berlinda.