Dois números são o inferno e o céu para o presidente da Argentina, Mauricio Macri. O céu: o retorno da Argentina aos mercados está se tornando um sucesso, com uma demanda de mais de US$ 70 bilhões para sua emissão de dívida, conforme apuração da agência France Presse. A Argentina propôs aos investidores títulos com vencimentos a 3, 5, 10 e 30 anos. A quantia obtida permitirá em particular indenizar os fundos especulativos chamados "abutres". As taxas de juros devem oscilar entre 6% e 8%, de acordo com os títulos. É a maior captação de fundos na Argentina em 20 anos. Os bancos Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan, Santander, BBVA, Citigroup e UBS foram escolhidos para realizar a operação, que começou na segunda-feira. E, dito o que para Macri é o "céu" capaz de resolver seus principais problemas no início de um governo já acossado pelos sindicatos, vamos agora falar sobre o inferno: depois de surfar numa popularidade próxima dos 70% em janeiro, Macri se vê com 50%, conforme a média das pesquisas. Alto? Sim, ainda. Mas a queda é vertiginosa, embalada por outras cifras terríveis, que são os aumentos nas tarifas públicas.
Equilíbrio incerto
Macri vê queda de popularidade e espera detê-la com investimentos
Presidente festeja alta demanda pela emissão dos títulos públicos argentinos e aposta neles para conter um momento de dificuldades
Léo Gerchmann
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