A viagem de Barack Obama a Havana provocou muito júbilo, sentimentos de esperança, encantamento em relação ao poder do diálogo e, também, alguma preocupação do governo cubano. Qual a preocupação, ora, se o embargo vai definhando e a concórdia se impõe? Pense bem: o regime cubano tem compromisso histórico e moral com uma revolução socialista que triunfou no primeiro dia de janeiro de 1959. Você, que é crítico implacável ao castrismo, precisa ter um contexto histórico. A Cuba de Fulgencio Batista era um cassino americano, subserviente e afeito ao crime, com pobreza disseminada. A turma de barbudos liderada por Fidel, Che, Raúl e Cienfuegos pecou muito, é certo. Matou adversários, prendeu, impôs uma ditadura de partido único e outras faltas gravíssimas. São defeitos terríveis e condenáveis, de que todos sabemos. Mas teve lá seus méritos, que pretende ver lembrados: levou educação e saúde e melhorou condições de vida de uma população humilhada.
Avanço americano
Fidel e Raúl tentam preservar uma imagem frente ao futuro inevitável
Líder da revolução socialista diminui importância da visita de Obama, e hegemônico Partido Comunista fala em limite nas mudanças do país
Léo Gerchmann
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