Poucas coisas devem ser mais desconfortáveis para um médico do que, estando ele a bordo de um avião (de um navio é menos provável), ouvir pelo alto-falante o pedido: "Se há algum médico a bordo, por favor se apresente". É certo que não se trata de nenhuma homenagem. Ao contrário, provavelmente é galho, um problema que não será fácil de resolver. Em primeiro lugar, os aviões têm o desagradável hábito de trafegar muito acima da terra firme, onde ficam os hospitais e os ambulatórios. Depois, o equipamento de que dispõem é necessariamente restrito. Ninguém esperará encontrar ali um eletrocardiógrafo, ou mesmo um esfigmomanômetro.
AJUDA MÉDICA
Há algum médico a bordo?
Crônica publicada em 2 de setembro de 1995
Moacyr Scliar