
Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) finaliza os últimos detalhes do inquérito sobre a trama golpista de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu ampliar a articulação junto a lideranças do Congresso em torno de projetos que possam devolver suas credenciais para disputar a presidência em 2026. Nesta terça-feira, o líder da direita será recebido por senadores aliados.
Embora seja divulgado pelos parlamentares do PL como um almoço ordinário, de pauta livre, o principal objetivo do encontro é discutir estratégias para o avanço de temas que possam beneficiar o ex-presidente, como o projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de janeiro e o esvaziamento da Lei da Ficha Limpa.
Nos bastidores, pessoas ligadas a Bolsonaro admitem que a denúncia da PGR contra ele sairá nos próximos dias e será rigorosa. No Supremo Tribunal Federal (STF), a perspectiva também não é favorável. Por isso, só enxergam saída para reverter a inelegibilidade via Congresso.
O apoio às propostas, no entanto, está longe de ser unanimidade na direita. Até mesmo lideranças que apoiaram a candidatura à reeleição em 2022 consideram que um candidato menos radical, capaz de vencer resistências do eleitorado que rejeita Bolsonaro, teria mais viabilidade de concorrer contra Lula ou outro candidato ligado ao atual governo.