O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se precipitou ao levantar um debate público sobre o retorno do horário de verão. Além de recuar nesta quarta-feira (16) sobre a medida, que gerou divergências dentro do governo, Silveira tentou justificar que a discussão era exclusivamente técnica, quando na verdade também envolvia uma análise política.
Além de descartar risco energético, o monitoramento das últimas semanas mostrou melhoria no nível dos reservatórios de hidrelétricas, segundo Silveira. Mas não foi apenas o avanço das chuvas ou das medidas de contenção do governo que provocaram o adiamento da ideia de retomar o horário de verão.
O fato é que a discussão patinou internamente no governo. Além de dividir opiniões na sociedade, a adaptação à medida é complexa para vários setores da economia e não há consenso sobre o real efeito do retorno da política para o setor elétrico. Neste cenário de incertezas, o presidente Lula não fez questão de comprar a ideia.
Nesta quarta, Silveira chegou a dizer que a decisão de não retomar o horário de verão foi exclusivamente sua e não precisaria de consulta prévia ao Planalto, quando é óbvio que a decisão final dependeria de Lula.
Para o próximo ano, o ministro terá tempo para fazer uma discussão madura sobre o tema, consolidar dados sobre os efeitos da política e decidir com a antecedência necessária. Para isso, o primeiro passo é convencer Lula.