A coluna registrou a negociação que levou à fusão entre as petroleiras independentes Enauta e 3R Petroleum Óleo e Gás, com participação de sócios gaúchos ligados às famílias Gerdau e Grendene.
Agora, a empresa resultante, Brava Energia, tornou-se a primeira petroleira independente a desenvolver um sistema de produção em águas profundas desde a fase inicial, dentro do orçamento previsto e dos prazos estabelecidos. O navio-plataforma usado na tarefa se chamava OGX 2, porque pertencia à empresa de óleo e gás de Eike Batista.
A embarcação, do tipo FPSO (sigla em inglês para unidade flutuantes de produção, armazenamento e descarga) foi comprada dos credores da OGX por um valor abaixo do preço de mercado, dadas as circunstâncias, e foi reformado por um estaleiro da Malásia chamado Yinson, vendido e afretado, ou seja, alugado por longo prazo, ao menos 20 anos. Agora, chama-se Atlanta.
Em 30 de dezembro de 2024, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou o início da operação na Bacia de Santos, onde se concentra a produção do pré-sal.
A profundidade total do local de onde o óleo será extraído é de 1,5 mil metros, dos quais 800 metros de lâmina d'água e 700 metros abaixo da superfície do solo submarino, detalhou à coluna o CEO da Brava, o também gaúcho Décio Oddone.
O projeto da Atlanta é de ninguém menos do que do "inventor" desse tipo de equipamento, segundo Oddone. O engenheiro Carlos Mastrangelo desenvolveu as FPSOs para resolver um problema: as fixas precisam ser desconectadas para inspeção a cada cinco anos.
Por ter contribuído para regulamentar e disseminar as FPSOs no mundo, a partir dos anos 2000, Mastrangelo recebeu em 2019 o Distinguiched Achievement Award for Individuals da Offshore Technology Conference (OTC), maior evento do mundo da indústria de exploração e produção de petróleo no mar. É uma das mais importantes distinções internacionais da indústria, chamada de "Oscar do petróleo".