No Estado para participar das celebrações dos primeiros 10 anos do I Fashion, shopping de descontos de Novo Hamburgo, o diretor de operações do grupo Iguatemi, Charles Krell, afirmou que o modelo é um sucesso, com ocupação praticamente total - só estão disponíveis dois pequenos espaços na área de alimentação. Mesmo assim, não há planos de curto prazo de criar novos empreendimentos desse tipo. Só existe outro em Tijucos (SC), aberto há cinco anos.
— É um bom negócio, desde que o empreendedor saiba o que fazer. É preciso a dose adequada de investimento. Se for menos, atrapalha. Se for mais, sofre para ter retorno.
Segundo Krell, neste momento o Iguatemi não planeja qualquer construção de novos shoppings. Fez algumas aquisições no Brasil, acompanhando o processo de consolidação do setor que levou à criação do maior grupo, que uniu três operadoras antes independentes - Aliansce, Sonae e BRMalls.
— Estamos aguardando a confirmação da recuperação depois de um momento difícil para o Brasil, com três anos de recessão seguidos de dois e meio de pandemia. A empresa teve de aguardar a normalização da economia para voltar aos investimentos.
Com dados já superiores aos de 2019 - antes do freio da covid -, Krell vê 75% do caminho da volta aos novos projetos já trilhado. A coluna quis saber se os restantes 25% dependem do cenário macroeconômico - inflação, juro, câmbio. O executivo respondeu que estão mais relacionados a questões mais ligadas à demografia e comportamento. Citou o caso de um empreendimento, situado ao lado de prédios de escritórios, que ainda não voltou aos patamares anteriores à pandemia porque boa parte das pessoas segue trabalhando de casa.
Indagado sobre o futuro dos shoppings, deu um dado interessante: há uma década, lojas de produtos ocupavam 90% da área de cada empreendimento do grupo. Hoje, representam apenas 49%. O restante são academias, hospitais - como o Moinhos de Vento no Iguatemi Porto Alegre -, serviços e "restaurantes em profusão".