Maior corretora de seguros para risco de engenharia do mundo, a JLT já engata conversas com potenciais interessados no programa de concessões e privatizações do Brasil. Conforme o CEO da empresa, Alvaro Daudt Eyler, ainda não há nada engatilhado, mas o movimento já começou. Eyler esteve em Porto Alegre nesta quinta-feira para a inauguração do novo escritório da empresa na cidade, onde projeta duplicar negócios neste ano.
Esse segmento está diretamente relacionado ao avanço do Projeto de Parcerias de Investimentos (PPI). Para participar da licitação, as empresas já precisam contratar o primeiro tipo de seguro, o chamado “bid bond”. Quem vencer e começar a obra precisa dar o segundo passo, o chamado “seguro garantia”, para eventuais problemas durante a execução.
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O governo brasileiro chegou a cogitar cobertura de 100% do valor do projeto, mas como esse percentual elevaria o custo a um nível insuportável, a regra estabeleceu o percentual de 30%. Por conta dessas normas, o segmento é um dos primeiros a ser impactado, junto com as consultorias jurídicas, mas Eyler avisa que ainda é cedo para fechar contratos:
– Estamos conversando muito com empresas de médio porte, mas ainda são conversas. O momento é de se movimentar, porque a definição começou a sair e a tendência é de que tenhamos projetos já no próximo ano.
Com sede em Londres, a JLT opera em 135 países e monitora o nível de risco de construção nas 50 principais economias. No segundo trimestre, o Brasil entrou em 43º lugar na lista e compôs o grupo das cinco maiores quedas no desempenho. Na composição do índice, a economia pesou mais do aspectos de mercado, operação e finanças. No ranking específico do cenário econômico, o Brasil está em 49ª posição, à frente apenas na Venezuela. Conforme relatório da empresa, é resultado da “deterioração na perspectiva de crescimento”.
No Brasil, entre as obras seguradas pela JLT estão as usinas hidrelétricas de Jirau, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará. Na China, a empresa criou sua própria CIA – de Chinese Interest Abroad (interesse chinês no exterior). Pelos relatos, a expectativa de que investidores do país asiático disputem com afinco os projetos no Brasil é realista. Só dependem, como todos os investidores, da definição dos detalhes.