Em 1971, eu era um guri de 13 anos e mal começava a ouvir a Continental, por sugestão de um primo mais velho (o Lula, Luiz Carlos Liedtke, agora já falecido). Pouco depois me iniciaria na leitura do Pasquim, que acompanhei depois até seu fim. Em 1986, tive a grande honra de participar da trajetória do Pasquim Sul, trabalhando com figuras como o Coi Lopes de Almeida, o Roque Callage Neto, o Carlos Feyo, o Flávio Braga.
Mas em 1971 eu ainda estava usando kichute, creio, talvez já em processo de substituição por algum tênis de cano alto, raro e caro, para treinar basquete na Sogipa do centro, lá na Alberto Bins, última quadra antes do atual viaduto, que estava em construção ainda.
Tenho, portanto, uma certa desculpa para não ter conhecido na hora o Pato Macho, o jornal também alternativo que saiu naquele ano, por 15 edições, aqui em Porto Alegre. Não sei avaliar o impacto que teve naquele momento; mas posso, como o prezado leitor também, saber mais de sua curta e forte história lendo o livro Pato Macho # 16 – 15 semanas que abalaram a província, feito por um dos protagonistas do caso, Cláudio Ferlauto (São Paulo: Editora Rosari, 2016).
Repassando número por número e contando com textos de vários dos colaboradores originais, como Luis Fernando Verissimo, Joaquim da Fonseca, Cláudio Levitan José Antônio Pinheiro Machado e outros, o livro dá uma excelente notícia do que foi aquela jornada.
Jornada que mais interessante parece ainda agora, creio, quando nem mesmo a garotada na universidade faz qualquer jornal. Por causa da internet? Pelos Facebook da vida? Porque ninguém mais lê papel? O último foi o Tabaré?
E o mistério do nome, aliás? Eu imaginava que era por causa daquela enigmática frase bravateira, "Não quero nem saber se o pato é macho: eu quero é ovo". Não é este o motivo, mas eu não vou contá-lo aqui – olha lá no livro!