Tio Foster? Arroto. É feio, né? Não existe a menor possibilidade de arrotar em uma reunião de aumento salarial. Ou na primeira janta com os novos sogros. É o barulho, acho eu.
A convenção venceu. Ninguém arrota.
Um bebê precisa dele. Na verdade, você precisa disso. Com pouco mais de 10 dias descobri algo: o bem-estar de um recém-nascido é a paz dos pais. Meio egoísta, sei. Mas sem hipocrisia parece uma dádiva divina quando o bebê para de chorar. Matar a fome é essencial.
E depois do mamá ele não sossega se não solta aquele arroto alto, com a boca bem aberta. As tias adoram. Batem palmas, avós e visitas sorriem, é uma festa. Algo tão humano, tão estomacal. Depois dele vem a bobeira. E a calmaria que os pais tanto querem.
Também somos egoístas. Bebê dormindo, arrotado e bem alimentado é tranquilidade na casa. Para você poder seguir sua vida de antes bebendo, vendo uma série, amigos em casa.
O problema é que 20 minutos, no máximo, depois, você escapa de tudo, foge para onde está o bebê, chega pertinho para ver se tá respirando e algo que você nunca sentiu lhe cobre de felicidade. Tudo que você quer é o novo momento de arroto. No seu colo. Um amor de arroto.