Federico? Esse cachorrinho com que você brinca está contigo desde o primeiro dia da sua vida. O Google disse que era para levar uma roupinhas usadas suas na maternidade no hospital para ele já entender o seu cheiro. Sim, filho. O nariz de um cachorro consegue sentir os seus puns lá de longe. Quando você chegou em casa, juro, foi amor puro. Ele lhe cheirava, sacudia o rabo, lhe olhava e desde o primeiro momento entendeu que seria seu protetor.
Esse brincalhão no seu colo, hoje lhe lambendo todo, virou o seu cão de guarda. Quem chegava pertinho recebia um latido. Ou uma rosnada. No começo ele tinha ciúmes do carinho que a gente lhe dava, filho. Ele ficava pelos cantos, cabisbaixo, muito triste. A gente ia lá, "conversava". Não adiantava muito.
Hoje vocês são melhores amigos. As sacanagens que você faz com ele são pequenas vingancinhas que você nem se dá conta. Pabllo, um dia de manhã, enquanto você mamava, apareceu com seu bico na boca. Rimos alto. Era o ciúmes em pessoa - cachorro, no caso.
Já lhe conto que eles vivem menos. Um dia seu cãozinho vai para o céu. Você já vai estar grandinho para entender isso. E vai chorar. De dor no coração. Pabllo será uma lembrança linda de toda a sua infância. Mas faltam muitos anos ainda. Aproveita o seu melhor amigo.
Ele lhe ama, Federico. Pabllo lhe ama. E você já ama ele. Essa relação de vocês, criança e cãozinho, é imbatível em proteção, verdade, companheirismo e amor.
Um amor de instinto. De lambidas.