
O Grêmio entrou numa espiral negativa que, invariavelmente, leva para o rebaixamento. É essa a real. Ou o Grêmio mobiliza suas forças, reage rapidamente e quebra esse ciclo, ou terá problemas gravíssimos neste resto de 2025.
Há um conjunto de equívocos que criaram a situação de agora. O clube tentou colocar um fim no modelo anterior de trabalho da Era Renato. Estava certo em fazer isso, afinal, esses processos haviam se esgotado, e os resultados, vimos em 2024. Por pouco, escapou do rebaixamento.
Porém, para mover essa estrutura que havia se instalado no CT, era fundamental montar outra com alicerces firmes porque alguns ventos fortes viriam. Eles são normais quando se mexe em raízes profundas. Faltaram esses alicerces.
Outro ponto: o Grêmio demorou demais para iniciar essa manobra. Sabia que Renato sairia, mas esperou o final do Brasileirão para anunciar isso e, pior, mais 20 dias para apresentar seu substituto. Gustavo Quinteros precisava de um vestiário forte por trás dele e de reforços na largada para remontar o time. Não teve nenhum dos dois. Os reforços chegaram nos últimos dias da janela, e faltam alguns ainda, e o time precisou ser refeito sem tempo para treino. Tudo isso com muitos jogadores novos e diferentes culturas e idiomas. Não havia como eles falarem, logo de cara, a língua Grêmio.
A saída de Quinteros era previsível. O Grêmio partiu, assim, para o modo emergência já na arrancada do Brasileirão. Mano Menezes é o técnico com os dotes para estabilizar defesas, fechar times e resgatar confiança jogo a jogo. Porém, sem tempo para treinar, vê seu time levar dois gols por jogo. Mano herdou um grupo desequilibrado. Por exemplo: há três laterais direitos, três esquerdos, três zagueiros canhotos e restou só Jemerson como zagueiro destro.
Algumas peças que vieram para o modelo de Quinteros não encaixam no que desenha Mano para o seu time. Será preciso fazer encaixes e uma ginástica para levar o time até junho, quando haverá uma janela de uma semana.
Tudo isso enquanto se monta uma estrutura nova de vestiário, com Felipão como coordenador e toda sua história. Em resumo, o Grêmio entra em maio em busca de um modelo de trabalho, de um time e de um norte. Precisa rapidamente encontrar tudo isso. Ou não haverá tempo de desentortar tantas imperfeições que ele próprio criou.
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