O Inter retomou o foco no RB Bragantino depois da greve de quarta-feira com muitas interrogações que só o tempo responderá. Como ficarão as relações do grupo com a direção e com a torcida? Muitos elos de confiança foram quebrados nesse episódio.
Ex-jogadores com passagem recente pelo clube acharam uma demasia a negativa em ir para o campo enquanto a conta de três meses não fosse quitada. Atrasos em pagamento de salários ou direitos de imagem estão longe de ser novidade — infelizmente, uma rotina no futebol brasileiro, que atenta ao direito básico de qualquer trabalhador.
Porém, eram resolvidos de forma interna e negociada. Por esse lado, a direção percebeu um estremecimento severo na relação pelo ato dos jogadores. Por outro lado, os jogadores, ao tomarem essa posição, deixam claro que esgotaram as possibilidades de negociação. Só o campo é que mostrará os efeitos desse terremoto no Beira-Rio.
Os dias seguintes
Posicionado nessa fenda que se abriu entre grupo e direção, Mano Menezes tenta ser a ponte para dias mais suaves. Que já andavam ausentes pela falta de resultados no Brasileirão. São cinco jogos com empates, com um decréscimo de rendimento a cada rodada.
A partida contra o Atlético-GO mostrou problemas estruturais do time. Houve espaços demais na defesa para os goianos e força de menos no ataque para marcar gols e fazer um enfrentamento. Porém, nesse ambiente pós-convulsão caberá ao técnico apertar os parafusos do time e tentar encorpá-lo outra vez.
Tudo isso com uma torta de climão servida à mesa. Afinal, nem jogadores, nem direção, saíram confortáveis depois da exposição do problema que era interno.