O Inter comprou Alan Patrick. Por isso, ele assinou contrato por três anos. O modelo de negócio, porém, não envolveu dinheiro vivo. O Shakhtar Donetsk devia a última parcela da venda de Vinícius Tobias e já havia um atraso considerável na quitação dessa dívida.
O clube ucraniano teve suas finanças seriamente abaladas pelo conflito que acontece no país, com a invasão das tropas russas e um estado de guerra instalado. Vendeu jogadores importantes, como Tetê, e tenta se desfazer de outros.
A demora na definição da vinda de Alan Patrick se deu pela exigência do Shakhtar em receber uma quantia em dinheiro. Porém, depois de muitas conversações, topou trocar a liberação do meia pela dívida contraída pela compra de Tobias. O lateral, aliás, se apresentou na semana passada no Real Madrid e ficará por empréstimo de um ano. Caso aprove, os espanhóis o comprarão por 17 milhões de euros.
Alan Patrick estava acertado com o Inter há, pelo menos, 10 dias. O meia ainda levará cerca de 40 dias para estrear. Ele se recupera de uma cirurgia de hérnia inguinal, a que foi submetido no final de fevereiro. Aliás, foi por causa dessa questão médica que ele estava longe de Kiev quando houve a invasão russa na Ucrânia.
Dois dias antes, ele havia viajado para a Alemanha, onde passaria pela operação. A hérnia inguinal vinha impedindo-o de jogar com regularidade e o incomodava para treinar. Foi quando os médicos do Shakhtar decidiram levá-lo para a Alemanha para passar pela intervenção médica.
A vinda de Alan Patrick teve Taison como impulsionador. Os dois jogaram juntos no Shakhtar de 2016 até o ano passado. Atuavam juntos no meio-campo, com Alan, muitas vezes, até fazendo uma função mais recuada e deixando o lado esquerdo, mas livre para Taison.
Isso sob o comando do português Luís Castro, hoje técnico do Botafogo. No Inter, neste modelo atual, Alan Patrick será o meia central, um jogador com capacidade para acelerar o jogo e também ditar o ritmo dele quando necessário. Hoje, quando fica sem Taison, Cacique Medina tem usado Mauricio e até mesmo Edenilson como meia central.
Reformulação concluída
O Inter considera ter fechado a reformulação do grupo a que havia se proposto no começo da temporada. Ela será complementada na janela de julho, com alguns ajustes. Porém, a mudança de fotografia foi profunda. Saíram 14 jogadores nos últimos seis meses.
Alguns, por necessidade de venda, como Yuri Alberto, outros, por questões técnicas, como Zé Gabriel e Lindoso, e houve ainda aqueles cujo empréstimo chegou ao fim, como Saravia. A lista daria um time com reservas: Marcelo Lomba, Saravia, Mazetti, Cuesta, Lucas Ribeiro, Zé Gabriel, Patrick, Lindoso, Palacios, Juan Cuesta, Nicolas, Yuri, Guerrero e Vinícius Mello.
Se saíram 14, por outro lado chegaram outros 14. A conta foi fechada nesta terça-feira com os anúncios de Alan Patrick e do atacante Pedro Henrique, buscado no Sivaspor, da Turquia.
Formado no Santa Cruz e com passagens pela base do Grêmio e pelo Caxias, Pedro Henrique tem como característica ser um atacante de lado, reivindicação de Cacique Medina desde sua chegada ao Beira-Rio. Destro, ele joga pelo lado esquerdo e tem como característica o drible em velocidade e o jogo vertical. Será alternativa de um jogo de transição mais rápida, assim como será Wanderson, pelo lado direito.