Douglas Costa confirmou o que pessoas do seu entorno já sabiam: permanecerá no Grêmio em 2022. E isso está longe de ser uma situação que amaine os corações na Arena. Pelo contrário. Cria uma aflição sem fim nos gabinetes.
Por mais que o jogador tenha se desculpado com a torcida, reconhecido os escorregões de 2021 e prometido deixar sangue e suor nos jogos para recolocar o clube na Série A e conquistar o Gauchão e a Copa do Brasil. O ato de contrição de Douglas Costa, aliás, foi nobre e digno de aplausos. Mas ele precisará ser cristalizado em campo. Por enquanto, está no campo das promessas de Ano-Novo.
Mas não é por isso que a postagem feita por Douglas em seu perfil no Instagram causou calafrios na direção. Há uma preocupação imensa com o tamanho da conta que virá todos os meses com a permanência do jogador. São dois anos de contrato e um salário que, nesta temporada, consumirá 20% da folha salarial.
O rebaixamento golpeou forte a realidade financeira e obrigou o Grêmio a cortar pela metade seu orçamento e, consequentemente, seus gastos. Mesmo que o clube seja o endinheirado da Série B, dono da maior folha e com a saúde financeira mais robusta, a realidade que viverá é de Segunda Divisão. E, vamos combinar, ela não combina com um jogador cujo salário passa da casa do milhão.
Para se ter uma ideia, um mês de Douglas Costa paga dois meses de folha do Cruzeiro. Nem estamos falando aqui no CRB, do Sampaio Corrêa, mas do Cruzeiro, o outro gigante deslocado de turma na Série B. O Sport, por exemplo, trabalha com uma projeção de folha de R$ 2 milhões mensais. Ou seja, dois meses de Douglas Costa bancam quase um mês e meio dos pernambucanos.
Por todo esse cenário, o "Dia do Fico" do meia na Arena é visto com preocupação. O contrato está assinado e é preciso cumpri-lo. Em dia. Até porque, se atrasar três meses, abre caminho para que o atleta busque sua liberação na Justiça e saia livre. O que não significa que a dívida deixe de existir.
Atrasos e falta de cumprimento com os compromissos nunca foi marca do Grêmio nesta Era Romildo Bolzan. Pelo contrário, sua gestão sempre primou pela pontualidade no pagamento de suas contas e pela organização financeira. Até pela preservação dessa governança é que o anúncio feito por Douglas causou calafrios. O Grêmio tem bom nó para desatar.