Felipão já cumpriu metade do caminho nesta luta para tirar o Grêmio do atoleiro da zona de rebaixamento. O Grêmio é dono hoje da segunda melhor defesa do Brasileirão. Sofreu apenas 18 gols em 19 jogos. Ou seja, menos de um. Tem o mesmo número que Flamengo, Corinthians e Sport (embora, esse último não abone nada no momento). Isso significa que Felipão encontrou um sistema de marcação que dá solidez ao time.
Há uma outra estatística que corrobora isso. O Grêmio tem a sexta posição no ranking de finalizações certas contra o seu gol. São 87, uma média de 4,58 por jogo. Esses dados afiançam a obsessão de Felipão por uma defesa consistente e a predileção por um sistema com três jogadores de características mais defensivas à frente da área. A sangria, como se vê, está estancada.
Porém, há uma outra parte do caminho que precisa ser cumprida. O Grêmio tem o segundo pior ataque do Brasileirão. Só é melhor do que o Sport, que espera a salvação através dos gols de André e Tréllez. São 15 gols gremistas em 19 jogos. Uma média de 0,78 gol por partida. O time também é dos que menos arrematam, 3,8 por jogo, só à frente dos pernambucanos e do Atlético-GO.
É esse o pulo que o Grêmio precisa dar para escapar de vez desse Z-4. Uma característica comum em times ameaçados pelo rebaixamento é justamente essa, de ter uma defesa razoável e um ataque tíbio. Felipão tem consciência disso, mas se encontra numa encruzilhada. Precisa potencializar esse ataque sem perder a firmeza defensiva que construiu nestes dois meses de Grêmio. É o tal equilíbrio tão buscado no futebol. E fundamental para quem pretende andar para a frente.