Nos últimos dias, o TAC entrou no noticiário como envolvido na venda de Luís Henrique ao Olympique de Marselha pela bolada de 12 milhões de euros e o status de M'Bappé brasileiro conferido pela imprensa francesa.
Pelo acordo com o Botafogo, o TAC fica com 60% do valor, e o clube carioca com o restante. Ou seja, a fortuna de 7,2 milhões de euros (R$ 46,8 milhões) entrarão na conta do clube gaúcho.
Mas quem é o TAC? O TAC é o Três Passos Atlético Clube, uma das camisas tradicionais do Norte do Estado. Em 2015, o clube passava por problemas financeiros e estava licenciado e endividado quando o empresário Sandro Becker apresentou uma proposta de parceria.
Assumiria o futebol, do profissional à base, ergueria um CT e apostaria na formação de jogadores. Sandro nasceu em Redentora, mas passou a infância e a adolescência em Três Passos, de onde saiu para jogar na base do Inter.
O projeto "Futebol com Vida deu resultados logo de primeira. O TAC foi vice estadual no Juvenil B, em 2016, perdendo a final para o Inter. O CT erguido em meio a uma área rural numa das saídas de Três Passos oferece toda a estrutura. São três campos, vestiários, academia, centro médico e sede administrativa.
A captação de talentos é feita na região. Mas a fonte principal é o Nordeste. Cesinha, emprestado ao Inter até dezembro, veio do Piauí. Luís Henrique, da Paraíba. Aliás, a família também mandou para Três Passos o caçula, Pedro, 16 anos, meia-esquerda e apontado como um "fenômeno" e já cedido ao Botafogo.
Além dos irmãos "Boca", como são conhecidos os dois paraibanos, Sandro mandou para o clube carioca outros quatro garotos: o goleiro Gabriel Toebe, 17 anos, o zagueiro Wesley, 19, o volante Rafael, 19, e o lateral-esquerdo Felipe Vasconcelos, 19. A parceria com o Botafogo começou lá em 2016. Mas há garotos no Inter, além de Cesinha, e no Grêmio, como o goleiro Felipe, 20 anos e 1m96cm.
A expectativa é de que a fábrica de craques ganhe novo impulso com a venda de Luís Henrique. O projeto chegou a ter 65 garotos alojados e 25 funcionários. Porém, reduziu esses números, em virtude do alto investimento.
Nessa temporada, acabou impactado pela pandemia, já que as competições de base só agora são retomadas e a Terceirona nem saiu. Neste momento, apenas o sub-17 está em atividade. Mas, depois de cinco anos, o primeiro fruto foi colhido. E não foi qualquer fruto, mas um M'Bappé brasileiro.