Talvez tenhamos visto na Arena o jogo mais sonolento e preguiçoso do Brasileirão. Tanto que o mais proveitoso foram os minutos iniciais e os acréscimos. Mas foi o suficiente para o Grêmio vencer por 2 a 1 e entrar no G-4 pela primeira vez. O que não é pouco para quem passou boa parte do campeonato envolvido com as Copas e administrando as energias para concentrá-las nos mata-matas.
O resultado e efeito prático da vitória são imensos. O caminho para chegar até eles foi uma tortura para quem assistiu. O Grêmio foi lento, burocrático e moveu-se com desinteresse diante de um CSA que entrou ainda com mais fragilidades, por preservar titulares para pegar o Vasco, no fim de semana. O cálculo dos alagoanos é de que precisa vencer os quatro jogos em casa e mais um fora para escapar. Assim, imaginou que os três pontos longe de casa não viriam em Porto Alegre.
Todo esse cenário fez o Grêmio baixar a guarda. O que, em futebol de alto nível, não pode acontecer. De jeito nenhum. Lá pela metade do segundo tempo, a principal tarefa do time era a busca pelo terceiro cartão amarelo de Maicon. Que ele só conseguiu segundos antes de ser substituído. A punição por tanta displicência quase veio, com o gol do CSA nos acréscimos. Por sorte, a diferença entre os dois times era tão grande que permitia a reação no mínimo de tempo. Ainda mais com Everton, que desequilibra, decide e faz do Grêmio um merecedor do G-4. Mesmo quando o time parece desafiar a lógica.