Faltam apenas dois convidados para o Mundial de Clubes começar em Abu Dhabi. Um deles poderá ser o Grêmio, que disputa o título da América com o Lanús. O outro será o campeão asiático. Os jogos finais, entre o japonês Urawa Red Diamonds e o saudita Al Hilal estão marcados para os dias 18 e 25, quatro dias antes de conhecermos o representante da América do Sul.
Com o novo calendário adotado pela Conmebol, uma semana separa a final da Libertadores do começo da festa em Abu Dhabi – e apenas 13 dias, a estreia do campeão da América.
A seguir, em sete toques, você fica por dentro do Mundial de Clubes.
Nos Jardins do Golfo
Grêmio ou Lanús, quem for campeão, estreará em um oásis. Al Ain, a 160 quilômetros de Abu Dhabi, é conhecida por ser a fonte de água mineral dos Emirados Árabes. Toda a água engarrafada vendida nos sete emirados que compõem o país vem de Al Ain.
Não à toa, na tradução, a cidade se chama Olho D'Água, por causa das fontes que brotam junto às montanhas de Omán. A água abundante faz com que se converta em uma das zonas mais verdes dos Emirados Árabes, com cerca de 100 quilômetros quadrados de árvores.
São 71 jardins e o apelido de "Cidade dos Jardins do Golfo". Casa do Al Ain, ex-time de Valdivia, a cidade conta com o moderno estádio Hazza Bin Zayed, cuja cobertura é inspirada numa palmeira. Será nele que o campeão da Libertadores estreará em 12 de dezembro.
A capital do Petróleo
Abu Dhabi, por sua vez, é a capital administrativa e financeira dos Emirados Árabes. O petróleo que jorrá lá sustenta os luxos de Dubai, por exemplo. A cidade combina assentamentos com cerca de 7 mil anos de existência e obras ousadas, como o Distrito Cultural da Ilha Saadiyat, um projeto que integrará delegações de museus como o Louvre e o Guggenheim com edifícios projetados por arquitetos de renome mundial.
O Real Madrid estreará no Zayed Sports City Stadium, mesmo endereço da final. Foi lá em 2010 que a Inter de Milão venceu o Mazembe na final e conquistou o título. O Zayed Sports foi inaugurado em 1980 e passou por reforma em 2009. Faz parte de um complexo esportivo e é também sede da confederação local de futebol.
A agenda do Mundial
Se o Grêmio chegar ao Mundial de Clubes, é bom o torcedor preparar o churrasco para esperar os jogos. A estreia será numa terça-feira, às 15h. No dia seguinte, estreia o Real Madrid, no mesmo horário. Se avançarem à final, os dois clubes se enfrentarão no sábado, também às 15h. A disputa pelo terceiro lugar será no mesmo dia e também Zayed Sports City Stadium, às 12h.
A Fifa, em seu projeto de contenção de gastos, anunciou congelamento da premiação. O campeão levará US$ 5 mihões (R$ 15,5 milhões). O vice levará R$ 12,4 milhões. Ou seja, o Mundial pagará menos do que o Brasileirão, que dará R$ 20 milhões ao campeão. E menos ainda do que a Libertadores, que pagará R$ 26 milhões ao campeão.
A Fifa, no entanto, bancará todas as despesas com viagens e hospedagens dos sete participantes do Mundial.
A TABELA
Jogo 1 - Al Ain
6/12 - 15h Al Jazira x Auckland City (Jogo 1)
Quartas de final
Abu Dhabi
9/12 - 11h Pachuca x Wydad Casablanca (Jogo 2)
9/12 14h30min Venc 1 x Campeão da Ásia (Jogo 3)
Decisão do 5º lugar - Al Ain
12/12 - 12h Perdedor 2 x Perdedor 3
Semifinais
Al Ain
12/12 - 15h Campeão da Libertadores x Venc, 2 (Jogo 4)
Abu Dhabi
13/12 - 15h Real Madrid x Venc. 3 (Jogo 5)
Terceiro lugar
Abu Dhabi
16/12 - 12h Perd. 4 x Perd. 5
Final
Abu Dhabi
16/12 - 15h Venc. 4 x Venc.5
Paixão marroquina
A África estará representada por um clube de massa, com uma torcida fundida no desafio ao poder central francês. O Wydad Casablanca surgiu nos anos 1930 como forma de disseminar os ideais muçulmanos e se tornou uma das grandes potências do futebol marroquino.
Aliás, a resistência está no DNA dos clubes de Casablanca. O Raja, aquele mesmo que tirou o Atlético-MG do Mundial de Clubes em 2013, nasceu como um símbolo dos nacionalistas, dispostos a deixar de ser colônia francesa. O clássico entre Wydad x Raja está entre os de maior rivalidade no mundo.
A torcida do Wydad mostrou sua força na final da Liga dos Campeões da África. Contra o Al Ahly, do Egito, eram 60 mil pessoas no Estádio Mohamed V. Como havia empatado em 1 a 1 no jogo de ida, precisava só confirmar em casa. Foi que fez, ao vencer por 1 a 0.
Atual campeão nacional, o Wydad voltou a ganhar a Liga dos Campeões depois de 28 anos. O clube é o maior campeão nacional, mas vivia sob a sombra do Raja, tricampeão africano, no cenário internacional. O clube teve dois jogadores convocados para a seleção que, neste sábado, joga por empate para voltar a disputar uma Copa do Mundo. Um deles, Bencharki, fez o gol no jogo de ida e a jogada para El Karti faz o do título.
O Wydad encara o Pachuca nas quartas. Se passar, encara Grêmio ou Lanús. É bom se preparar. Os marroquinos devem ir em peso ao Mundial de Clubes. Apenas oito horas de voo separam Casablanca de Abu Dhabi.
O japonês do Pachuca
Treinado pelo ex-atacante uruguaio Diego Alonso desde o final de 2014, o Pachuca voltou a ter proeminência no México. Depois de 2006/2007, quando ganharam a Sul-Americana do Colo-Colo de Vidal e Sánchez e perderam a final da Recopa para o Inter, o clube passou por longa seca. Com a chegada de Alonso, ganhou o Clausura 2016 e a Concachampions neste ano, ao bater o Tigres, um dos poderosos do México.
O Pachuca já pode se concentrar no Mundial. Com a derrota em casa para o Querétaro, em casa, ficou sem chances de alcançar os mata-matas. O atual time tem alguns nomes conhecidos, como o zagueiro Murillo, da seleção colombiana, e o atacante japonês Keisuke Honda, ex-Milan.
O trio ofensivo, aliás, é importado: completam-no o uruguaio Urretavizcaya e o argentino Jara. Destaque para o goleiro Omar Pérez, de 44 anos, 1m72 e três Copas do Mundo.
O anfitrião
O Al Jazira ficou conhecido por aqui por ter sido o clube de Abel Braga. Está no Mundial de Clubes por ser o atual campeão dos Emirados Árabes. Trata-se não só do anfitrião, mas também o time da família real.
O Al Jazira é treinado por Henk ten Cate, holandês que foi auxiliar de Frank Rikjaard no Barcelona. Ao contrário de outros tempos, em que investia pesado em jogadores estrangeiros, os xeques foram moderados na montagem do time para a temporada 2017/2018.
O grande reforço foi o ex-corinthiano Romarinho, buscado no El-Jaish, do Catar. O nome mais conhecido é o de Lassana Diarra, volante francês com passagem pelo Real Madrid.
Os anfitriões abrem o Mundial no dia 6, contra o Auckland City, da Nova Zelândia. O vencedor pegará o campeão asiático nas quartas de final.
O asiático
O representante asiático será definido quatro dias antes do campeão da Libertadores. O japonês Urawa Red Diamonds enfrenta o Al Hilal, da Arábia Saudita. O jogo de ida será em Riad, no dia 18. A volta, no Saitama Stadium, um dos endereços da Copa de 2002.
O Urawa eliminou na semifinal o Shanghai Sipg, dos brasileiros Elkeson e Hulk e treinado pelo português André Villas-Boas, ex-Chelsea. Totthenham e Porto. O gol da classificação foi do atacante brasileiro Rafael Silva, ex-Coritiba.
O Al Hilal é treinado pelo argentino Ramón Díaz e tem no grupo o meia Carlos Eduardo, formado no Ituano e com passagem por Fluminense e Barueri.