
O Inter voltou. E o constrangimento dos jogadores ao final do 0 a 0 com atuação pavorosa resumem bem o caminho tortuoso do retorno à Série A. Não que se deva comemorar sair da Série B. Até porque ali não é lugar de clube grande.
Mas o Inter poderia ter regressado sem sofrimento, sem expor seus torcedores a cinco jogos seguidos sem vencer adversários como Ceará, CRB, Luverdense, Vila Nova e Oeste. Poderia ter apresentado um futebol de melhor qualidade, poderia ter entregue aos colorados, que foram leais o tempo inteiro, um futebol que aplacasse um pouco a tristeza de jogar a Série B.
O Inter voltou, fez sua obrigação. Mas o que leva para 2018? O desfecho de uma temporada de reconstrução deixa claro que ainda há muito a ser construído. Faltam laterais, zagueiros, volantes, um meia, atacantes e, principalmente, um técnico. Ou seja, o Inter precisará cumprir para 2018 o mesmo processo de contratações e formação de grupo.
O grande mérito dessa direção foi assumir um clube com a autoestima em frangalhos, com as contas atrasadas e métodos de gestão que tornaram um gigante de 100 mil sócios em um clube de Segunda Divisão. Os equívocos de 2016 retumbaram forte ainda em 2017.
Mas o ano do martírio acabou. O Inter voltou ao seu lugar. E precisará montar um time do seu tamanho e que atenda aos anseios de um torcedor que foi leal e nunca virou as costas no momento mais espinhoso em 108 anos de vida do clube.