Os dois argentinos na seminal da Libertadores vivem momentos distintos.
Enquanto o Lanús, dono da melhor campanha na fase de grupos, saboreia um momento histórico para um clube de bairro, o gigante River Plate ainda busca alternativas para surprir a perda de Lucas Alário, seu goleador e jogador decisivo na conquista de 2015.
A seguir, veja como estão os hermanos antes de a bola rolar na terça-feira, no Monumental de Núñez.
Gallardo tenta um centroavante para o River
Marcelo Gallardo sofre às vésperas do jogo de ida contra o Lanús, na terça-feira, em casa. Desde a saída de Alario para o Bayer Leverkusen, o River Plate buscou no mercado um substituto. Numa última tentativa, buscou Cvitanich, 33 anos, do Banfield. A oferta de US$ 3,5 milhões mostra o quanto Gallardo anseia por um nove típico, de área. O Banfield, no entanto, recusou e bateu o pé pela multa, de US$ 10 milhões. Muito para um jogador que até pouco tempo estava na MLS, a liga norte-americana de futebol.
Sem Alário e Driussi, que se foram na janela do meio do ano, Gallardo trata de recuperar a força do seu ataque. Scocco, apesar dos cinco gols contra o Jorge Willstermann, ainda é visto com alguma desconfiança. Ele deve ser titular contra o Lanús, pela experiência e por toda a sua trajetória no futebol argentino. Ao seu lado, Gallardo deve apostar em uma promessa buscada no Uruguai. Nicolás de la Cruz, 20 anos, tem 1m67m e 65 quilos. Quase um biotipo de jóquei, mas futebol de craque. Ele segue no River os passos de seu irmão, Carlos Sánchez, campeão da América em 2015.
Além de De la Cruz, outra alternativa é o colombiano Borré, 21 anos, comprado ao Atlético de Madrid. Um deles formará com Scocco e Pitty Martinez, o grande nome da equipe no momento, o trio ofensivo de um time acostumado aos mata-matas. Com Gallardo, venceu 30 dos 37 disputados desde julho de 2014. O último deles foi contra o Atlanta, pelas quartas de final da Copa Argentina, na quarta-feira, quando goleou por 4 a 1.
Lanús vive momento histórico embalado pela paixão
O maior problema do Lanús é a falta de jogos. A última partida foi no dia 13. Como a rodada deste fim de semana da Superliga foi adiada por causa das eleições legislativas de domingo e o clube está fora da Copa Argentina, serão 11 dias sem entrar em campo até pegar o River, terça-feira.
O Lanús é quinto na Superliga, a seis pontos do Boca, o líder com seis vitórias em seis jogos. Ninguém, no entanto, dá atenção a isso. A semifinal da Libertadores monopoliza todas as energias em Lanús, um dos distritos que circundam a Capital Federal e compõem a região metropolitana de Buenos Aires. Ali, tudo se confunde com o granate, como é conhecido, devido ao grená da camisa. Os torcedores definem o Lanús como "o maior clube de bairro do mundo".
Tudo isso reverbera nos jogadores. Jose Sand, o goleador, aos 37 anos, está em sua segunda passagem pelo Lanús. Parece ter sido feito para vestir grená. Estava no time campeão em 2007 e voltou para conquistar o segundo título argentino do clube, em 2016. Assim como ele, o capítão Velázquez, 37, e o meia-atacante Lautaro Acosta, 29, são remanescentes. Acosta é outro exemplo dos laços afetivos desse Lanús, Recusou ofertas milionárias de México, China e Emirados Árabes para seguir no clube.
A explicação de Acosta é singela, mas diz tudo:
- Aqui sou feliz. Me dão muito mais do que dinheiro.