Durante uma hora, ouvimos diferentes argumentos e explicações para a falta de ações na retirada dos fios soltos nos postes de Porto Alegre. O cenário vem se agravando, colocando vidas em risco. Mesmo assim, a busca por uma solução parece cada vez mais distante. O debate virou um grande jogo de empurra ao vivo.
A CEEE Equatorial informou que não tem atribuição para cortar fios de internet pendurados, nem mesmo os clandestinos que ocupam os postes da companhia.
— Não temos autorização para retirar o circuito — disse o superintendente técnico da CEEE Equatorial, Sérgio Valinho.
— Não tem porque não quer! — rebateu o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio Ambiente de Porto Alegre, Nelson Marisco.
Valinho explicou que a CEEE Equatorial faz um boletim de ocorrência quando encontra um fio clandestino ocupando o poste ilegalmente. O promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Felipe Teixeira, discorda da atitude e acredita que o fio clandestino deveria, sim, ser retirado assim que fosse identificado.
O superintendente da CEEE Equatorial, então, justificou:
— O problema do clandestino é o usuário que está conectado ao clandestino. Não foi em Porto Alegre, mas nós já interrompemos um circuito clandestino que, na ponta, tinha um tribunal.
O promotor Felipe Teixeira respondeu:
— Essa retórica me incomoda um pouco, porque eu nunca vi uma estatística do clandestino. Fica um argumento retórico que se usa até para se esquivar.
Durante a discussão, o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio Ambiente, Nelson Marisco, disse que irá ingressar até esta quarta-feira (12) com uma petição na Justiça reforçando, dentro da ação já existente, o pedido para que a CEEE Equatorial seja autorizada a remover os fios.
O superintendente da CEEE Equatorial não gostou da notícia:
— É competência da CEEE fiscalizar, notificar e cobrar a regularização.
— A CEEE, que é dona do poste e não tem responsabilidade! — rebateu o promotor Felipe Teixeira.
Ao final do debate, ficou o sentimento de que a situação é pior do que se imaginava, e estamos longe de uma solução.