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Jorge Mario Bergoglio renasceu como papa Francisco em março de 2013. Nesses 12 anos, com simplicidade e bom humor, o hermano torcedor do Club Atlético San Lorenzo de Almagro, de Buenos Aires, mostrou que a Igreja Católica pode ser mais receptiva e aberta à diversidade como jamais foi.
Francisco chegou a ser descrito por alguns teólogos e especialistas em Vaticano como um "papa solitário", pelo afã reformista. Desde o início, ele enfrentou a resistência de alas mais conservadoras da Igreja, mas, no fundo, nunca esteve só.
Hospitalizado em estado crítico desde 14 de fevereiro em Roma, o pontífice de 88 anos tem sido alvo de orações mundo afora, organizadas desde Roma até a Argentina e o Iraque, e de uma profusão de cartas e mensagens de afeto.
Francisco é um Papa querido.
Ao abrir as portas da igreja para todos e adotar uma vida simples (desde as vestes até o lugar onde dorme), ele se tornou um pontífice mais próximo do seu rebanho. Mesmo no topo, continuou sendo aquele mesmo sacerdote argentino preocupado com os pobres. Não mudou.
Nos últimos anos, nomeou cardeais de regiões periféricas e fora do eixo europeu (caso de Dom Jaime Spengler, por exemplo), autorizou mulheres a chefiar escritórios no Vaticano (nomeando a primeira delas, uma freira italiana), abriu uma consulta popular para que 1,3 bilhão de fiéis opinassem sobre o futuro da Igreja e aprovou a bênção a casais homoafetivos, entre outras medidas consideradas progressistas.
Papa Francisco acolheu e, agora, no momento mais difícil, enquanto luta pela vida, é acolhido. Força, padre Bergoglio.