É um baita espetáculo e ainda por cima tem DNA gaúcho. Nos dias 14, 15 e 16 de março, chega ao Theatro São Pedro, na Capital, VITAL, o musical dos Paralamas, uma celebração à altura da trajetória de quatro décadas de uma das maiores bandas brasileiras. A turnê nacional começa pelo Rio Grande do Sul.
Idealizada pelo cruzaltense Gustavo Nunes (da produtora Turbilhão de Ideias) e pelo porto-alegrense Marcelo Pires (escritor, publicitário e diretor da agência Ideia da Silva), a peça é uma ode à amizade e uma mensagem de superação.
Por meio da música (detalhe: tocada ao vivo, com banda), a montagem conta a história da parceria entre Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone e o empresário José Fortes.
O roteiro aborda os primeiros shows amadores, a primeira apresentação no Circo Voador (abrindo um show do Lulu Santos) e a participação na 1ª edição do Rock in Rio — prepare-se para ouvir clássicos como Óculos, Lanterna dos Afogados, Alagados e Meu Erro.
Com delicadeza, o texto também permeia o acidente que, em 2001, por pouco não tirou a vida de Herbert.
— Ele está vivo por um milagre e pela força da música e dos amigos. A gente mostra isso no palco. É muito emocionante — diz Gustavo, apaixonado pelos Paralamas.
A banda acompanhou todo o processo de criação e aprovou o resultado final (só o empresário já assistiu às apresentações quatro vezes!). Foram dois anos de preparativos.
![Marcelo Pires / Arquivo Pessoal Marcelo Pires / Arquivo Pessoal](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/4/2/5/0/4/1/5_a88f4fe3fc752f0/5140524_14ecc04c9417e9e.jpg?w=700)
— Conheci o Gustavo através da Martha Medeiros. Ela me convidou para ver Cássia Eller - O Musical, que ele produziu, e viramos amigos. Ele sempre dizia: "Temos de fazer algo juntos". Aí sugeri a ideia do musical dos Paralamas. Liguei para o Washington Olivetto (publicitário brasileiro morto em 2024, com quem Marcelo trabalhou) e ele nos aproximou do Zé Fortes. Foi uma felicidade sem tamanho — recorda Marcelo, outro fã de carteirinha do grupo.
No início, os Paralamas hesitaram diante da proposta, em parte, porque seguem na ativa, fazendo shows pelo país — inclusive estarão no Araújo Vianna, em Porto Alegre, no dia 28 de junho. O receio caiu por terra quando a banda viu o trabalho primoroso de atores e diretores (leia mais sobre eles abaixo).
A produção estreou no Rio de Janeiro em outubro de 2024, com grande sucesso e voltou em fevereiro de 2025. Agora, o espetáculo vem a Porto Alegre com quatro indicações ao Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro), incluindo a de "melhor direção musical", e concorrendo ao Prêmio Shell de "melhor cenário".
Vai por mim: eu estarei na primeira fila.
Seleção concorrida
![ANDRE WANDERLEY / Divulgação ANDRE WANDERLEY / Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/0/9/4/0/4/1/5_7ffe8baf291db84/5140490_135fa1d1079675c.jpg?w=700)
Os atores de VITAL são um caso à parte e explicam o sucesso do musical. Eles foram selecionados por meio de audições que tiveram mais de 600 candidatos, de diferentes cantos do país.
— Passamos quatro dias vendo e ouvindo cada um, e as nossas escolhas passaram pelo crivo dos Paralamas. As filhas do Herbert chamam o Rodrigo Salva (que interpreta o músico) de metaverso do pai, de tão parecido — brinca Gustavo.
Além de Salva, estão no elenco Franco Kuster (como João Barone) e Gabriel Manita (Bi Ribeiro), Nando Motta (que alterna o papel de Herbert) e Hamilton Dias (na pele de José Fortes).
Também integram o grupo Barbara Ferr, Maria Vitória Rodrigues, Pedro Balu, Rodrigo Vechi e Herberth Vital. Herberth é cadeirante e ganhou o nome em homenagem ao vocalista dos Paralamas e à música Vital.
— Foi uma coincidência incrível — diz Gustavo, destacando que, desde o início, o projeto priorizou acolher no elenco um ator ou atriz PCD.
— Desde as audições, queríamos abrir essa oportunidade e, felizmente, deu certo. São raros os musicais que fazem isso. Hoje, a maior parte de nossos teatros estão adaptados para receber PCDs na plateia, mas, nós, produtores, precisamos incluí-los nos palcos.
A peça tem direção artística de Pedro Brício, texto de Patrícia Andrade e direção musical e arranjos de Daniel Rocha.
A escolha do São Pedro
Quando soube que o musical iniciaria a turnê nacional por Porto Alegre, Gustavo Nunes ligou para Gabriela Munhoz, diretora artística do Theatro São Pedro. Eles trabalharam juntos no Rio.
— A gente queria muito que fosse lá, e a Gabi topou na hora. Para nós, é muito significativo — diz Gustavo.
— É daquelas coisas da vida que a gente nunca vai esquecer — complementa Marcelo Pires.
Serviço
Os ingressos estão à venda no site do Theatro São Pedro (clique aqui) com valores entre R$ 42 e R$ 180.
As apresentações ocorrem nos dias 14 (às 20h), 15 (às 16h e às 20h) e 16 de março (às 18h), com desconto para idosos, estudantes, pessoas com deficiência, artistas, sócios da associação de amigos do São Pedro e clientes da Caixa.
Mais informações, no perfil @vitalomusicaldosparalamas no Instagram.